Editorial: Dia da Mulher: ainda há muito pelo que lutar e o que conquistar
As mulheres são a maioria entre os mais de 200 milhões de brasileiros e, não é segredo, têm conquistado cada vez mais espaço em uma sociedade que historicamente buscou reprimi-las e conduzi-las a um papel subalterno. Hoje, elas têm menos filhos, sustentam cerca de 40% das famílias e são uma importante força na economia, tanto no aspecto de produção quanto no de consumo e geração de riqueza. E isso não foi conquistado sem muita luta. Aliás, o próprio 8 de Março, oficializado pela ONU, em 1975, como Dia Internacional da Mulher, nada tem de comercial. É uma homenagem à histórica batalha que uma parte restrita do grupo feminino encampou a partir do início do século XX em benefício de uma maioria.
Um dos primeiros anseios que levaram milhares de mulheres às ruas foi por melhores condições de trabalho. Em 26 de fevereiro de 1909, por exemplo, 15 mil delas tomaram as ruas de Nova York para protestar contra as condições insalubres de trabalho, que mantinham jornadas de até 16 horas por dia, seis dias por semana, incluindo, em muitos casos, até o domingo. Uma aberração para uma época em que boa parte do comércio não abria neste dia. Só para efeito de comparação, as lojas dos shoppings centers da cidade de São Paulo só passaram a funcionar dominicalmente a partir de 1998, graças a um decreto assinado pelo prefeito Celso Pitta, em dezembro do ano anterior. Outra bandeira importante foi o voto feminino, que, no Brasil, se tornou uma realidade a partir do Código Eleitoral Provisório de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas.
Houve certamente avanços nestes últimos 100 anos. Mas ainda há muito pelo que lutar e o que conquistar pelas mulheres neste século XXI. Este ainda é o tempo em que não só se noticia violência contra a mulher, mas que o número desses casos tem se elevado. É o tempo em que se perpetua a desigualdade salarial por conta do gênero (embora alguns neguem e apesar da lei garantir a igualdade desde 1943). É também o tempo da falta de representatividade política. A presença feminina no Congresso brasileiro é ridícula na comparação com a dos países do G-20 e mesmo dos da América Latina. Neste ranking, o Brasil fica apenas na 157ª posição entre todas as nações do mundo. Assim, ainda há muito motivo para se indignar. Portanto, hoje é dia de celebrar um passado de lutas e conquistas, mas também para refletir o presente e planejar as futuras batalhas.
Ponto de vista: A luta pelas Mulheres
Amigos, comemoramos no mês de março o dia internacional das mulheres, data que destaca e evidencia a importância das mulheres na família e no desenvolvimento da sociedade. Infelizmente, no Brasil, a igualdade de direitos ainda está longe de ser alcançada de forma plena.
Na Câmara dos Deputados, venho trabalhando para diminuir tamanho desequilíbrio entre homens e mulheres. Lutando pela equiparação salarial e ao apresentar e votar em projetos que garantem e ampliem a defesa dos direitos femininos.
Estou na luta para ampliar a licença-maternidade – período que dá licença de 120 dias para a gestante empregada – das mães de bebês prematuros, incluso no meu relatório da Proposta de Emenda à Constituição 181/15.
Na instituição da obrigatoriedade do atendimento psicossocial à menor gestante, oferecido pelo SUS, por meio do Projeto de Lei 626/11, de minha autoria.
Engajei o Congresso Nacional na participação da campanha do Outubro Rosa, enquanto ocupava o cargo de segundo secretário da mesa diretora da Câmara, buscando chamar a atenção nacional na prevenção e diagnóstico precoce do câncer da mama.
No ano passado, sabendo da importância do combate da violência contra a mulher, solicitei ao Governo Federal a liberação dos recursos para o término da obra da Casa da Mulher Brasileira em São Paulo, espaço voltado para mulheres vítimas de violência.
E por intermédio de minha esposa na capital paulista, a vereadora Sandra Tadeu, venho trabalhando para ampliar a participação das mulheres na política, ressaltando o brilhante trabalho desenvolvido por elas à frente de administrações públicas e autarquias.
Ainda estamos longe de garantir igualdade para todas as mulheres, porém com muito trabalho e força de vontade vamos mudar o Brasil e torná-lo mais justo para a Nação.
Fiquem com Deus e uma Boa Semana a Todos.
*Jorge Tadeu Mudalen é deputado federal pelo DEM/SP