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quinta-feira, abril 25, 2024

Vicência Brêtas Tahan relembra a mãe, Cora Coralina, e revela inéditos

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Variedades



Na entrada do apartamento do bairro do Paraíso, em São Paulo, sobre a estante, vemos fotos da família de dona Vicência. No meio desses retratos coloridos de filhos e netos, há uma foto em preto e branco que destoa um pouco – uma imagem muito bonita, e bem conhecida, de Cora Coralina (1889-1985). Acima, alguns objetos de decoração que pertenceram à poeta goiana. Na mesinha de centro, uma das panelas de barro que ela usava para cozinhar em seu lendário fogão a lenha virou vaso para uma renda portuguesa. E, no caminho para os quartos, uma galeria com fotos da escritora – a mais antiga, tirada por volta de 1910; a mais nova, de abril de 1985, feita dois dias antes de ela morrer em decorrência de uma pneumonia.



Vicência Brêtas Tahan é possivelmente a fã número um de Cora Coralina, e guardiã de seus escritos. Única filha viva da poeta e doceira que estreou na literatura aos 75 anos, ficou conhecida do grande público aos 90, e cuja popularidade só aumenta com o passar dos anos, ela está animada com a proximidade das comemorações pelos 130 anos do nascimento de sua mãe, que vai movimentar, na terça-feira, 20, a cidade histórica de Goiás Velho, onde Cora nasceu e morreu.



Antes de embarcar para lá, Vicência recebeu o Estado em sua casa, e falou com carinho sobre as lembranças que guarda da mãe, as lições aprendidas, a saudade – e mostrou a estante dos inéditos. E essa é a notícia boa para os leitores de Cora: há material (poemas, contos, cartas e discursos), ela diz, para mais cinco ou seis livros.



Isso, sem contar os três que estão no prelo da Global. Dois deles – uma seleção de poemas para jovens e o infantil Lembranças de Aninha, com 12 textos já publicados – estão previstos para 2020. E um novo lote de inéditos chegou recentemente à editora, que está no processo de seleção.



Cora Coralina só publicou três livros em vida – Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais (1965), Meu Livro de Cordel (1976) e Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha (1983). Hoje, são encontrados 16 títulos nas livrarias, incluindo um livro de receita e 8 para crianças.



“Minha mãe começou a escrever muito cedo, aos 14 anos, mas naquele tempo ninguém dava valor à escrita da mulher. E ela foi guardando, guardando. Depois, se casou e meu pai era daquela geração bem machista: não deixava ela mostrar os poemas que escrevia, e ela continuou guardando. Até que, aos 75 anos, já viúva, com os filhos criados e casados, ela voltou a se interessar por publicar e conseguiu”, conta Vicência.



Tudo bem que, entre os 14 e os 75, a vida foi movimentada e cheia de mudanças e batalhas – e a escrita pode ter ficado em segundo plano enquanto, viúva, ela criava os filhos, vendia tecido, administrava uma pensão, cuidava da roça ou fazia doces. Mesmo assim, e também porque a volta definitiva à cidade natal em 1956 reavivou nela o desejo de escrever e porque lá havia mais tempo, há naquele apartamento do Paraíso cerca de 15 pastas azuis que guardam manuscritos e datiloscritos de Cora, nascida Anna Lins dos Guimarães Brêtas. Material que Vicência vem organizando desde que a mãe morreu, há 34 anos, e que ainda precisa de um olhar editorial e crítico.



Filha raspa de tacho, como ela brinca, Vivência, que perdeu o pai aos 3, acompanhou a mãe em suas últimas andanças pelo estado. De Jaboticabal para São Paulo, Penápolis e, por fim, Andradina. Sabe das vantagens de ser caçula – Cora tinha mais tempo e até lia para ela alguma coisa que estava escrevendo para algum jornal local. Mas histórias, mesmo, só os netos ganharam – e delas nasceram alguns de seus livros infantis. “Não, não tinha isso de ela contar historinha. Ela estava trabalhando, cuidando da loja para sustentar a mim e a ela”, comenta.



Se Cora foi uma mãe carinhosa? “Médio”, responde Vicência. “No tempo dela, não era costume ficar acarinhando, abraçando filho, beijando. A gente tinha que tomar bênção para dormir e quando levantava. Não era de achego. Ela viveu o tempo dela e criou os filhos de acordo com esse tempo”, completa.



E a poeta dos versos simples que encanta tantos leitores foi uma mãe exigente. “Ela nunca aceitou que a gente ficassem em cima do muro. Com ela, era assim: ou você toma partido ou fica de boca fechada. E, quando tomar partido, fique firme até ser convencido a mudar de opinião. Mas ela nunca aceitou que alguém falasse não sei, quem sabe. A gente tinha que saber.”



As principais lições ensinadas, além de não ficar em cima do muro, ela diz que foram saber quem somos e o que fazemos e sermos positivos.



Uma lembrança marcante, que serviu também como lição, é a de Cora lendo jornal e livros. “É muito importante estar em dia com os acontecimentos. A leitura é uma base extraordinária para a gente, para a convivência, para a prosa, para o conhecimento mesmo. Quem não lê está perdido, ainda mais hoje em dia, quando as coisas acontecem de uma hora para outra. Meu Deus, como está o mundo, não? E, se não estamos em dia, somos postos de lado.”



A saudade é grande: da conversa, do espírito, da comida feita com banha na panela de barra, da linguiça que ela deixava no fumeiro, dos doces. Cuidar da obra de Cora diminui um pouco a distância entre a filha coruja, autora da biografia romanceada Cora Coragem, Cora Poesia, e a mãe famosa. “Sou filha coruja. A gente tem que valorizar o antepassado. E ela não foi uma mulher qualquer. Tinha muita personalidade, muita presença. Tenho muito orgulho e quero sempre parecer mais com ela nesse ponto”, finaliza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 





Fernanda Souza participa da divulgação do evento (Foto: Fábio Guinalz/AE)


Tecnologia

SP deve sediar o “maior evento de cultura digital da América Latina”

Um novo evento cultural deve entrar no calendário paulistano em 2019: em abril, o Like Fest promete se transformar no “maior evento de cultura digital da América Latina”.

A iniciativa será um encontro entre criadores de conteúdo, players do mercado, fãs e marcas e terá também um prêmio para reconhecer os talentos desse universo, de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta-feira, 12.

O projeto é uma parceria entre o Rock in Rio, a Digital Stars e a Globosat, através do Multishow e da VIU Hub. O trio já produziu o Digital Stage, palco dedicado às estrelas da internet no Rock in Rio 2017.

O evento vai contar com três universos: Community (3 palcos), Creators e Industry. Ao todo, serão 5 espaços ligados a temas presentes no mundo digital.

No universo Community, o objetivo é criar um ambiente de proximidade entre fãs e ídolos, sejam influenciadores, gamers e experts em estilo de vida.

O universo Creators vai dar dicas para quem quer iniciar sua carreira e mostrar como é a vida e um influenciador por trás das câmeras.

Industry é um espaço dedicado às discussões que permeiam o mundo digital e a realidade que ele representa. Empresários, anunciantes e profissionais do mercado vão debater sobre o impacto desta forma de comunicação e como trabalhar para tirar os melhores resultados em workshops e palestras.

Além dos cinco espaços principais, o evento também contará com lounge para a realização de encontros entre influenciadores e fãs, além de estandes com atrações e entretenimento.

O Like Fest ocorre em abril de 2019, no Centro de Exposições do Anhembi em São Paulo, num espaço de 60 mil m².

Escola dos EUA manda menina colocar adesivo nos mamilos por não usar sutiã

Uma garota americana de 17 anos foi obrigada pela escola onde estuda a colocar adesivos nos mamilos após ir à aula sem sutiã. Kari Knop, mãe da jovem, defendeu o direito da filha de não usar a vestimenta íntima.

“Eles pediram para a minha filha colocar uma camiseta a mais e disseram para ela andar de um lado para o outro para ver o quanto seus seios se movimentavam”, contou Kari em seu Facebook.

Lizzy Martinez foi à escola na Flórida na última segunda-feira, 2, vestindo uma camiseta cinza larga e sem usar sutiã. Após assistir a algumas aulas, ela foi chamada à sala da diretora porque uma das professoras disse que ela estava “distraindo a atenção dos outros alunos”.

A menina contou ao Metro US que chorou muito na enfermaria, onde lhe deram quatro adesivos para que ela colocasse sobre os mamilos. Ela então ligou para a mãe.

“A diretora da escola me disse que Lizzy foi chamada ao seu escritório porque muitos alunos estavam falando dela. Eu perguntei se algum deles foi repreendido por esse motivo e ela me falou que, na verdade, eles não estavam falando dela, mas sim encarando-a. Então eu perguntei se algum funcionário disse para eles olharem para o rosto dela em vez de encararem seus seios. A diretora ficou em silêncio”, disse Kari.

A diretora admitiu que o incidente foi tratado de forma inapropriada e que, de fato, o uso de sutiã não é obrigatório pelo código de vestimenta da escola. No entanto, alterações futuras no código exigirão o uso do acessório.

Lizzy falou que continuará desrespeitando a regra para protestar contra o que considera “uma política injusta”.

Atriz símbolo do cinema independente americano morre aos 75 anos

A morte da atriz norte-americana Susan Anspach, no último dia 2, foi anunciada apenas neste domingo, 8, por seu filho Caleb Goddard, que, ela insistia, é fruto de seu relacionamento com o ator Jack Nicholson, seu partner no filme Cada Um Vive Como Quer (Five Easy Pieces), uma das primeiras produções independentes de Hollywood, dirigida por Bob Rafelson em 1970.

Essa não foi a primeira briga de Susan com um ex-parceiro amoroso em busca do reconhecimento da paternidade de seus filhos. Sua filha Catherine Goddard é outro caso. Seu pai seria outro ator, Steve Curry, que atuou com Susan Anspach na montagem original do musical Hair, em 1967, primeiro grande papel da atriz. Egressa do Actors Studio, em Nova York, ela fez carreira em espetáculos off-Broadway ao lado de atores de primeira grandeza como Dustin Hoffman, Jon Voight e Robert Duvall (como na peça Panorama Visto da Ponte).

Susan Anspach não era exatamente uma diva. Bonita e boa atriz, confrontava diretores poderosos como Robert Altman, que a escalou para um dos papéis principais de Nashville (1975), sátira cruel sobre a mediocridade do universo da música country norte-americana. A atriz abandonou o filme por discordar do tratamento dispensado por Altman ao gênero. A versão oficial dos produtores dizia que seu salário era maior que a média do elenco e comprometia o orçamento da produção. Susan foi substituída pela cantora Ronee Blakley.

A carreira de Susan Anspach em Hollywood foi marcada por filmes independentes como Cada Um Vive Como Quer. Seu filme de estreia, Amor Sem Barreiras (The Landlord, 1970), dirigido por Hal Ashby, trata de relações interraciais e conflitos entre um proprietário branco e seus locatários negros. Dois anos depois ela atuou ao lado de Woody Allen num filme dirigido por Herbert Ross, Play it Again, Sam (1972).

Reconhecida pelos críticos como um talento promissor, inclusive por Vincent Canby, do New York Times, Susan Anspach foi convidada pelo diretor sérvio Dušan Makavejev para interpretar uma mulher burguesa americana, casada com um rico sueco, mas insatisfeita no casamento, que busca a companhia de homens rudes como o iugoslavo Montenegro, funcionário de um zoológico, que dá título ao filme, Montenegro (1981). No filme, Susan envenena toda a família ao som Marianne Faithful cantando A Balada de Lucy Jordan.

Makavejev, de forma irônica, conclui o filme com um aviso: a história seria inspirada em fatos reais. Excluindo o veneno, ela se passou, de fato, com a mãe de Susan, filha de um banqueiro deserdada pelo pai quando decidiu se casar com um operário. Susan Anspach participou de 19 filmes, mas é sempre lembrada pelo papel de Catherine de Cada um Vive Como Quer, jovem pianista que se envolve com o rebelde Jack Nicholson, que trocou o piano pela vida errante.

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