Balança comercial tem superávit de US$ 6,422 bilhões em maio
Depois de dois meses de queda, o superávit da balança comercial voltou a subir em maio. No mês passado, o país exportou US$ 6,422 bilhões a mais do que importou, alta de 5,8% em relação ao resultado positivo de US$ 6,073 bilhões de maio de 2018.
Este foi o terceiro melhor resultado da série histórica para o mês, só perdendo para maio de 2017 (superávit recorde de US$ 7,661 bilhões) e de 2016 (superávit de US$ 6,43 bilhões). Com o resultado de maio, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula superávit de US$ 22,806 bilhões nos cinco primeiros meses de 2019, valor 5,9% inferior ao do mesmo período do ano passado.No mês passado, as exportações somaram US$ 21,394 bilhões, com alta de 5,6% em relação a maio de 2018 pelo critério da média diária. As vendas de manufaturados cresceram 29,5% na mesma comparação, com destaque para gasolina (R$ 0 para R$ 123 milhões), óleos combustíveis (197,3%), laminados planos de ferro e de aço (168%) e partes de motores e turbinas para aviação (151,8%).
As exportações de semimanufaturados subiram 15,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para ferro fundido (92,3%), semimanufaturados de ferro ou de aço (73%) e óleo de soja bruto (68,6%). Apesar do início da safra, as vendas de produtos básicos caíram 3,9%, puxadas pelo recuo nas exportações de minério de cobre (-32,3%), soja em grão (-30,3%) e farelo de soja (21%).
As importações somaram US$ 14,972 bilhões, com alta de 7,8% em relação a maio do ano passado pelo critério da média diária. As compras de combustíveis e de lubrificantes aumentaram 27,5%, influenciadas pela valorização do petróleo no mercado internacional durante boa parte do mês.
As importações de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) subiram 16,4%. As compras de bens intermediários aumentaram 6,4%. Apenas a importação de bens de consumo caiu, com recuo de 6,5% na mesma comparação, decorrente principalmente da alta do dólar no último mês.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$ 58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima um superávit menor em 2019, motivado principalmente pela recuperação da economia, que reativa o consumo e as importações.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 50,5 bilhões para este ano. O Ministério da Economia projeta superávit de US$ 50,1 bilhões para o saldo da balança comercial em 2019.
Previsão para superávit comercial em 2019 sobe para US$ 50,50 bi, mostra Focus
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2019 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 50,00 bilhões para US$ 50,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 51,00 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit foi de US$ 46,00 bilhões para US$ 46,80 bilhões, ante US$ 46,00 bilhões de um mês antes.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 38,00 bilhões. Esta projeção será atualizada na próxima quinta-feira, dia 28, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 passou de déficit de US$ 26,50 bilhões para US$ 26,00 bilhões, ante o déficit de US$ 26,32 bilhões de um mês antes. Para 2020, a projeção de rombo foi de US$ 36,35 bilhões para US$ 36,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado também era de US$ 36,00 bilhões. O BC projeta déficit em conta de US$ 35,6 bilhões em 2019.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. A mediana das previsões para o IDP em 2019 foi de US$ 80,00 bilhões para US$ 81,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês atrás. Para 2020, a expectativa foi de US$ 82,30 bilhões para US$ 83,38 bilhões, ante os US$ 83,76 bilhões de um mês antes. O BC projeta IDP de US$ 90,0 bilhões em 2019.
Editorial – As guerras comerciais de Trump: Brasil será a nova frente de batalha?
Seja lá quem for o próximo presidente do Brasil, Donald Trump já deu a deixa: está de olho no nosso País e não está gostando do que está vendo em âmbito comercial. Assim, o próximo chefe do Executivo nacional certamente terá de se sentar à mesa com o falastrão líder norte-americano para negociar.
Depois de longas e tensas negociações, que resultaram no enquadramento de Canadá e México às suas vontades e à imposição de um novo regime comercial (o USMCA, iniciais dos três países) em substituição ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), Trump finalmente parece ter enxergado o gigante do Sul. Sobre o Brasil, disse categoricamente: “Eles cobram de nós o que querem. Se você perguntar a algumas das empresas, elas dizem que o Brasil está entre os mais difíceis do mundo, talvez o mais difícil do mundo”.
Por mais que não seja plenamente uma verdade, alguém terá de dizer isso para o governo norte-americano. Afinal, as dificuldades impostas para as empresas dos EUA são as mesmas fixadas às de qualquer outro país que aqui queiram se estabelecer. Sobra inclusive para as próprias companhias nacionais, que têm no Governo não um parceiro, mas uma barreira para o seu crescimento. Em contrapartida, as multinacionais têm acesso a um grande mercado consumidor, que tem poder para adquirir o que se produz aqui dentro e dificuldades para comprar produtos de fora.
Mas o que incomoda Trump mesmo é o superávit que o Brasil tem conseguido nas trocas comerciais com os EUA. No ano passado, por exemplo, foram US$ 2 bilhões de saldo a nosso favor, tendo o País exportado US$ 26,8 bilhões, incluindo nesta lista insumos importantes, como petróleo bruto e minério de ferro. E esse pequeno descompasso certamente incomoda o presidente norte-americano, que tem travado guerras comerciais ao longo do globo para fazer com que essa balança penda mais a seu favor. Tem feito isso com a União Europeia, China, os vizinhos da América do Norte e agora, tudo indica, pode ter chegado a nossa vez. Diante de tão opulento negociador, quem poderá conter a sanha norte-americana?
Balança comercial registra melhor fevereiro desde 1989
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,907 bilhões – diferença entre exportações e importações- em fevereiro, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de fevereiro da série histórica, que tem início em 1989.
O resultado deste ano, no entanto, foi inflado pela exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,535 bilhão que não saiu do país, mas foi comprada por subsidiárias brasileiras no exterior e, em seguida, registrada no Brasil como equipamento alugado.
Em fevereiro, as exportações somaram US$ 17,315 bilhões (alta de 11,9% ante fevereiro de 2017) e as importações US$ 12,408 bilhões (alta de 13,7%). No mês passado, as exportações foram impulsionadas pela exportação de plataforma de petróleo no valor de R$ 1,5 bilhão.
Na quarta semana de fevereiro (19 a 25), o superávit foi de US$ 898 milhões e, na quinta semana (26 a 28), US$ 578 milhões.
No ano, o superávit comercial soma US$ 7,676 bilhões, também o maior resultado da série para o primeiro bimestre. Em 2017, o resultado nos dois primeiros meses do ano foi positivo em US$ 7,266 bilhões. A previsão do governo para 2018 é que o saldo da balança comercial fique acima de US$ 50 bilhões.
*Com informações da Agência Brasil