Greve geral: Prefeitura de São Paulo mantém rodízio para esta sexta-feira
Diante da greve geral programada para esta sexta-feira (14), contra a reforma da Previdência, a Prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal de veículos está mantido e que vai monitorar a situação do trânsito durante todo o dia. A gestão municipal também mantida a Zona Máxima de Restrição a Fretados e as regras de utilização da Zona Azul em toda a cidade de São Paulo. Diversas centrais sindicais programaram uma greve geral para esta sexta-feira, que deve afetar o funcionamento de vários serviços, incluindo transporte, escolas e órgãos públicos e privados.
São esperadas manifestações em cerca de 170 cidades, alimentadas por entidades como CUT, CTB, CGTB, Conlutas, Força Sindical e outras. Além da Previdência, estas centrais terão como bandeiras a defesa da educação e a luta por mais empregos.
Em São Paulo, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (SMT) comunicou que a justiça determinou que os trens do Metrô e da CPTM sejam mantidos em funcionamento. O Metrô deve manter 100% do quadro de funcionários nos horários de pico e 80% nos demais períodos. Já a CPTM deve ter todo o seu pessoal em todo seu tempo de funcionamento. O mesmo foi feito em relação à SPTrans. Mas, em assembleia realizada na segunda-feira (10), os sindicatos que respondem pelos motoristas, metroviários e ferroviários confirmaram a adesão à greve de 24 horas.
Escolas públicas e privadas
O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) aderiu à paralisação e convocou seus associados para um ato, que acontecerá nesta sexta-feira, com mobilização em frente ao Masp, a partir das 16h. O mesmo aconteceu com o da rede estadual e até mesmo da rede privada. Mais de 30 escolas particulares da Capital terão suas atividades suspensas ou interrompidas em adesão à greve.
A reforma da Previdência mobilizou mais uma vez trabalhadores de diversas categorias, que cruzaram os braços nesta sexta-feira (14), em todo o País e foram às ruas como protesto. Cidades de 24 Estados, mais o Distrito Federal, registraram atos. O impacto da greve geral, que também é por conta do bloqueio das verbas para a educação e o desemprego, foi sentido as principais cidades do País.
Em São Paulo, os setores de transporte e educação foram os que mais sentiram. Metrô, CPTM, Emtu e SPTrans operaram parcialmente, o suficiente para atingir a cidade em uma de suas áreas já rotineiramente críticas. No caso do Metrô, algumas estações funcionam e outras seguem fechadas. As linhas 5-Lilás e 4-Amarela estão operando normalmente. As Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha seguem parcialmente. Já a 15-Prata do monotrilho está completamente paralisada.
O prefeito confirmou que não houve suspensão do rodízio no período da manhã. No entanto, isso ainda será reavaliado ao longo do dia, já que além da manifestação programada para as 16 horas em frente ao Masp, nesta sexta-feira também está programada a estreia da Seleção Brasileira na Copa América, em jogo que acontece às 21h30 no Estádio do Morumbi. “A não ser que haja algum fato novo o rodízio será mantido também na parte da tarde. Havendo necessidade a gente suspende”, disse o prefeito em entrevista à Rádio CBN.
O trânsito na parte da manhã seguiu acima do normal, com 110 quilômetros de lentidão. A Radial Leste foi uma das mais comprometidas. Outras vias que ficaram muito ruim para o motorista foi o Corredor Norte-Sul, nos dois sentidos, a Rebouças e a Francisco Morato.
A greve geral, de âmbito nacional, foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), juntamente com Força Sindical, CGTB, CSB, UGT, Nova Central CSP-Conlutas e Intersidical. Diversas categorias aderiram ao movimento, incluindo caminhoneiros, metalúrgicos, químicos, professores, servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de profissionais da saúde, portuários, metroviários e bancários.
A Argentina ficou paralisada nesta quarta-feira (29) em função de uma greve geral dos principais sindicatos do país contra as medidas de ajuste econômico do presidente de centro-direita Mauricio Macri em meio a uma crise que abala suas aspirações de ser reeleito em outubro. É a quinta vez sob o governo de Macri que acontecem eventos do tipo.
Sem transporte de passageiros, escolas ou trabalho em repartições públicas e bancos, muitas ruas de Buenos Aires estavam vazias antes das manifestações, que serão realizadas por alguns grupos que aderiram à medida de força convocada pela poderosa central sindical CGT. Para garantir o sucesso da greve, vários piquetes de organizações sociais e partidos de esquerda bloqueavam o trânsito de veículos em alguns acessos à capital argentina.
Os trabalhadores argentinos manifestam para que o governo imponha aumentos salariais que os equiparem à inflação, que é alta no país – chegou a cerca de 50% nos últimos 12 meses – e reduza de alguns impostos que afetam mais a classe laboriosa. As tarifas de serviços altas são outro alvo dos protestos, já que as fortes elevações registradas nos últimos anos, com as quais o governo tentou reduzir seu déficit, são uma das causas de a pobreza ter atingido 32% da população neste ano, segundo dados oficiais.
Macri almeja se manter na presidência na eleição de outubro, mas a queda nas pesquisas provocada pela crise econômica mostra que será difícil. A fórmula peronista de Alberto Fernández e da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner lidera na maior parte das sondagens.
Os aeroportos não estavam operando nesta quarta-feira por causa da greve, e não havia exportação de grãos a partir dos portos da área de Rosario, uma das regiões agroindustriais mais importantes do mundo. Os efeitos da paralisação também serão sentidos no esporte: a final da Recopa Sul-Americana, que deveria ser disputada pelo local River Plate e pelos brasileiros do Atlético Paranaense, foi adiada para quinta-feira.