Cárie pode afetar coração e é transmitida até por beijo
A cárie é provocada por um conjunto de bactérias, sendo a principal delas chamada Streptococcus mutans. Se não for devidamente tratado, o problema pode lesionar não só o dente afetado. Isto porque a bactéria causadora da cárie passa a se proliferar de maneira desordenada, podendo chegar à corrente sanguínea, se espalhar por todo o corpo e ocasionar diversas doenças. Uma delas é a endocardite, grave doença que afeta tecidos e válvulas cardíacas.
Mas as consequências mais comuns são a dor ou a sensibilidade nos dentes. Quando isso ocorre, a doença já está em estágio avançado. “A cárie é uma infecção causada por bactérias que formam placas duras e difíceis de remover. Nessa placa, as bactérias vão aos poucos perfurando o esmalte, causando dor e desconforto, até chegar à parte mais profunda do dente, a dentina”, explica a cirurgiã-dentista Érika Vassoler. Segundo ela, a Streptococcus mutans é facilmente transmitida de uma pessoa para outra por meio do contato com a saliva, em atitudes como beijo e uso compartilhado de talheres. “A melhor maneira de evitar o problema é fazer uma escovação adequada com o uso de uma escova de dente em bom estado, fio dental e pasta fluoretada. Além disso, é importante a visita regular ao dentista para avaliação e limpeza dos dentes, evitando o aparecimento de manchas que podem vir a se transformar em cárie”, afirmou.
Apesar de o número de cáries ter diminuído nos últimos anos (com queda de 25% em crianças entre os anos de 2003 e 2010 – segundo o Programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde), a doença ainda é considerada a principal quando o assunto é saúde bucal. E a melhor maneira de combatê-la é investir em uma higiene oral adequada, com escovação média de oito minutos (principalmente à noite) e o uso de ferramentas como escova com cerdas fartas e macias, fio dental e escova interdental. “Enquanto a escova convencional faz a limpeza das superfícies dos dentes, a interdental limpa entre os dentes com perfeição e onde a escova comum não acessa. Já o fio e a fita dental são ótimos para remover detritos de alimentos”, orienta Hugo Roberto Lewgoy, mestre e doutor pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
Ele explica que a profilaxia oral deve ser treinada individualmente e feita de forma cuidadosa, para que haja uma escovação de qualidade, onde todos os dentes sejam, de fato, higienizados de forma devida.
Principais tipos de cáries
Coronária: mais comum, se localiza nas superfícies de mastigação ou entre os dentes.
Radicular: acomete a parte cervical do dente, próximo à região gengival, especialmente quando há retração da gengiva, deixando partes da raiz do dente exposta.
Oculta: geralmente, não é identificada pelo paciente, muitas vezes acomete o órgão dentário nas faces interproximais (entre os dentes), causada por falta do uso rotineiro do fio dental e dieta rica em sacarose (açúcar).
De mamadeira: pode causar destruição dos dentes em curto espaço de tempo durante o sono. É associada à alimentação açucarada – diurna ou noturna – e também à falta de escovação dentária.
É detectada por manchas claras ou escuras no dente, muitas vezes associadas a grandes cavidades.
Problema pode resultar em infecção ou necrose
Caso não seja tratada, a cárie pode afetar de forma definitiva a estrutura do dente e comprometer o órgão vital, que é a polpa (nervo), conforme explica Helena Biancalana, diretora do departamento de prevenção da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD). Quando isso ocorre, uma das consequências é a inflamação desse tecido nervoso, que é irrigado por vasos sanguíneos. Outra repercussão é a necrose (mortificação pulpar), que pode levar a infecções localizadas e até mesmo generalizadas, quando não tratadas adequadamente. Para cada caso há procedimentos específicos e também medicamentos sistêmicos, como antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos. “A cárie é uma doença grave, que tem a sua evolução rápida na maioria dos casos. O tratamento vai depender do estágio em que a doença se encontra. Se for inicial, haverá a remoção do tecido cariado e aplicação de material restaurador; se estiver mais avançada, o tratamento será mais invasivo. Atualmente, há muitas formas de tratamento, que vão desde a prevenção com fluoretos, passando pela Laserterapia, além de materiais restauradores compatíveis biologicamente com o tecido dentário. Porém, nada substitui o dente saudável”, conclui a Dra. Helena.
Dr. Rey vai à casa de Bolsonaro se oferecer para ser ministro da Saúde
O cirurgião plástico e apresentador Robert Rey chegou ao condomínio onde mora o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), na zona oeste do Rio, com o intuito de se oferecer para comandar o Ministério da Saúde a partir do próximo ano. Rey disse que sua meta é criar um plano de seguro privado a cada cidadão e “eventualmente fechar o SUS”.
O médico, porém, admitiu de antemão que talvez tenha dificuldades para ser convidado para o governo. “Talvez ele (Bolsonaro) dê risada da minha cara e eu vou embora, mas não tem problema.”
Dr. Rey chegou ao local em um táxi no momento em que Jair Bolsonaro recebia o embaixador da Alemanha. De cara, o cirurgião logo antecipou o motivo da sua visita.
“Eu quero falar a verdade, que talvez cogitam eu pra ministro da Saúde. Fui criado lá fora, conheço o sistema de saúde do primeiro mundo. Eu sou da mídia, seria legal ter uma representação da mídia dentro desse governo”, afirmou o cirurgião, que fez carreira nos Estados Unidos e declarou duas vezes que estudou em Harvard. “Eu só espero que talvez ele me cogite para ministro da Saúde.”
Dr. Rey também antecipou seus planos, caso seja alçado a titular da Saúde. “Todo brasileiro terá seguro privado. Todo mundo terá o Einstein. Todo mundo terá direito ao Einstein. Por que não?”, comentou, fazendo referência ao Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo onde Bolsonaro ficou internado após levar uma facada, em setembro.
O cirurgião criticou o Sistema Único de Saúde (SUS), dizendo que “é um crime contra a humanidade” esperar até dois anos por uma mamografia. “O que acontece no SUS é um crime. Eventualmente eu quero fechar o sistema público do SUS”, declarou.
Ao chegar, ele admitiu que “talvez nem abram a porta”. Dr. Rey saiu do condomínio 15 minutos depois sem revelar se conseguiu a audiência com Bolsonaro. “Está na mão dele”, resumiu.
Há 4 meses faltam medicamentos no SUS
A receita médica indicava 13 caixas, mas a pedagoga Elaine Shinomiro saiu do posto de distribuição de medicamentos levando cinco embalagens do hormônio de crescimento receitado para seu filho, João Gabriel, de 14 anos. “Cada vez é uma desculpa. Eu tenho como voltar, mas pessoas que dependem de transporte público, que trabalham, como fazem para enfrentar esse fracionamento? Não tenho dúvida de que muitos desistem (do tratamento)”, diz ela.
Moradora da cidade paranaense de Ubiratã, Elaine enfrenta até falta de remédio, problema que vem se tornando comum entre pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante da crise, registrada há pelo menos quatro meses, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) deve apresentar nesta terça-feira, 25, um levantamento realizado com 4 mil municípios para mostrar quais são os maiores estrangulamentos.
“A lista de remédios em falta é extensa. De Norte a Sul, temos municípios obrigados a comprar itens que, em tese, deveriam ser providenciados pelo Ministério da Saúde”, afirma o presidente do Conasems, Mauro Junqueira. Entre os exemplos citados por secretários estão remédios para hepatite C (daclastavir e sofosbuvir), para pacientes transplantados e aqueles em tratamento para Alzheimer. Na lista também estão incluídos produtos mais baratos, como anticoncepcionais.
Crise
“Estamos passando por uma das maiores crises de abastecimento por parte do governo federal: muitos medicamentos estão faltando, incluindo os de uso continuado. A situação é extremamente grave”, avalia o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Leonardo Vilela.
Procurado, o Ministério da Saúde negou, por meio de nota, falta de remédios e informou que está em dia com os repasses para a aquisição e ressarcimento dos medicamentos de responsabilidade de Estados e municípios. Segundo a pasta, o cronograma de compras dos medicamentos sob sua responsabilidade também está regular.
No entanto, a secretária da Saúde de Ubiratã, Cristiane Pantaleão, apresenta outra realidade. “Para driblar a falta, compramos, pedimos emprestado de outras cidades que têm estoques mais abastecidos. O pior é que, mesmo que a responsabilidade não seja nossa, é aqui que a população vem bater.”
O atraso na entrega de medicamentos que deveriam ser providenciados pelo Ministério da Saúde foi tema de discussão em reuniões tripartite, que reúnem secretários estaduais e municipais, além de representantes do ministério. “Em maio, a informação era a de que o problema iria se resolver. Mas isso não aconteceu. Há melhoras pontuais, mas, ao mesmo tempo, agravamento em outras áreas”, diz Junqueira.
Vilela atribui a crise no abastecimento a uma combinação de fatores. “O principal deles é a falta de recursos. Mas há também uma demanda cada vez maior, mais remédios, mais pacientes, e problemas de negociações com produtores”, diz. Ele atribui a diferença de cenários traçados por secretários estaduais e municipais “à falta de transparência do ministério”. “Não podemos esconder que dificuldades são enfrentadas também por Estados e municípios. Seria leviano dizer que não estão faltando também remédios da nossa atribuição”, afirmou o presidente do Conass.
Judicialização
Ele, contudo, afirma que a falta de medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo ministério acaba provocando um efeito cascata. Junqueira concorda. “Acaba levando a uma desestabilização de nossos planejamentos. Somos obrigados, até mesmo por decisões judiciais, a providenciar drogas que seriam de atribuição do governo federal.”
Questionado sobre uma lista de produtos em que a situação é mais crítica, Vilela afirma que a situação é flutuante. “É muito dinâmico. A situação pode ser amenizada em um lugar, se agravar em outro.” Um maior detalhamento deve ser dado nesta terça-feira, na apresentação do levantamento municipal.
Ministério da Saúde confirma 237 mortes por febre amarela
O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira, 1º, os números atualizados de casos de febre amarela no país, conforme informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde. Entre 1º de julho de 2017 e 28 de fevereiro de 2018, foram confirmados 723 casos da doença no país, que resultaram em 237 mortes. No período equivalente do ano anterior, entre julho de 2016 e 28 fevereiro de 2017, foram confirmados 576 casos e 184 óbitos.
Ao todo, 2.867 casos suspeitos foram notificados. Destes, 1.359 foram descartados e 785 ainda estão sendo investigados.
A febre amarela é uma doença sazonal, com maior número de casos no verão, e segundo o Ministério da Saúde, apesar de o número de casos no atual período de monitoramento ser superior à sazonalidade passada, a incidência da doença entre a população caiu. No período de monitoramento 2017/2018, a incidência da febre amarela foi de 2,2 casos para 100 mil/habitantes, enquanto na sazonalidade passada, 2016/2017, a incidência foi 7,1/100 mil habitantes.
“O vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país com maior contingente populacional, atingindo 32,3 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina. Na sazonalidade passada, por exemplo, o surto atingiu uma população de 8 milhões de pessoas, muito menor que a atual.”, explicou o ministério, por meio de informe.
Recomendação
O Ministério da Saúde tem reforçado a importância da vacinação para a população da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo e recomenda que os estados “continuem vacinando até atingir alta cobertura”. Dados preliminares do ministério informam que, até 27 de fevereiro, 5,5 milhões de pessoas foram vacinadas nos três estados, 23,2% do público-alvo da campanha.
De acordo com o ministério, os estados receberam 20,2 milhões de doses da vacina em 2018, até o momento. Foram enviadas 15,7 milhões de doses para implementação da Campanha de Vacinação contra a Febre Amarela para a Bahia (300 mil), Rio de Janeiro (4.7 milhões) e São paulo (10.7 milhões).
Ministério propõe vacinar toda população contra febre amarela até o fim do ano
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, propôs nesta quinta-feira, 22, a representantes de secretários estaduais e municipais de saúde vacinar toda a população brasileira contra febre amarela até o fim do ano. A área de recomendação de vacina contra a doença tem se expandido ao longo dos últimos anos, numa resposta à expansão da circulação do vírus que provoca a doença.
Atualmente, cerca de 20 milhões de pessoas no Nordeste e 10 milhões no Sudeste vivem em áreas onde não há recomendação de vacina.
Na avaliação de Barros, seria possível atender a essa demanda ainda neste ano. Isso porque a Fiocruz deverá entregar este ano 48 milhões de doses.
Além disso, é esperado para o próximo semestre a entrada em funcionamento da fábrica da Libbs, numa produção em parceria com a Fiocruz. Isso seria suficiente para atender toda a demanda, incluindo a rotina.
A proposta será discutida entre Estados e municípios. A ideia também foi apresentada na Organização Mundial da Saúde.
Vacinação continua baixa em São Paulo
Mesmo não tendo atingido nem um quarto da meta de imunização contra poliomielite e tríplice viral, a cidade de São Paulo tem uma média melhor do que a registrada em todo o País. O comparativo foi realizado com base nos números da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Ministério da Saúde. Vale lembrar que no sábado, 18, é o dia D da campanha.
De acordo com a Prefeitura, que deve atualizar os dados entre quinta, 15, e sexta-feira, 17, foram administradas pouco mais de 262 mil vacinas (132,7 mil de pólio e 129,9 mil de sarampo, caxumba e rubéola), o que representa uma cobertura de 22,4% e 22% nas duas modalidades, respectivamente. Faltam, portanto, ao menos 928 mil crianças para que os 100% sejam atingidos.
No caso do País, segundo números do Ministério, a campanha teve uma adesão mais baixa ainda: foram 3,6 milhões de doses, ou seja, pouco mais de 16% da expectativa que a pasta tinha no início do mês. A estimativa era de que 11 milhões de crianças, de um a cinco anos, fossem levadas pelos pais às unidades de saúde para a imunização.
A SMS explicou ao Metrô News que a campanha continua em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade até 31 de agosto, mas que a vacinação pode ser feita a qualquer período do ano. “A secretaria reforça que os pais ou responsáveis devem levar as crianças até o posto de saúde mais próximo para se vacinar mesmo que a carteirinha esteja em dia”, diz nota. O reforço na imunização é importante para reduzir riscos de os vírus circularem pela cidade.
Saiba como vacinar as crianças
Para receber a dose, é preciso levar documento de identificação e, se possível, carteira de vacinação e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). O portal Busca Saúde disponibiliza consulta sobre qual é a UBS de referência de determinado endereço.
Crianças menores de dois anos de idade não devem tomar simultaneamente as vacinas. É recomendável um intervalo de 30 dias entre as doses. As vacinas são contraindicadas para pessoas que apresentam imunodeficiência congênita ou adquirida, como portadores de neoplasias malignas, submetidos a transplantes de medula ou outros órgãos; infectados pelo HIV, que estão em tratamento com corticosteroides em dose alta; ou que tenham alergia grave a algum componente da vacina ou dose anterior. Crianças com febre muito alta também devem evitar a aplicação.
O Brasil está livre da poliomielite desde 1989. Os últimos dois casos confirmados de sarampo no município de São Paulo – ambos importados – foram registrados em 2015.
Destaques