Justiça cumpre reintegração de posse em imóveis na Cracolândia
A Justiça de São Paulo cumpriu nesta segunda-feira, 16, mandado de reintegração de posse de nove imóveis na região da Cracolândia, na região central da capital paulista. De acordo com o governo do Estado, 163 famílias são afetadas pela ação.
A quadra 36, como ficou conhecido o local, foi desapropriado pelo Estado para abrigar a nova sede do Hospital Pérola Byington. Na sexta-feira, 13, a Justiça determinou a reintegração de nove imóveis. A ordem de despejo foi marcada para a manhã desta segunda-feira, 16.
A quadra fica entre as alamedas Glete e Barão de Piracicaba, Avenida Rio Branco e Rua Helvétia. Segundo o governo, neste domingo, 15, foram cadastradas 52 famílias. Outras saíram ao longo da semana e restam dez famílias no local. Entre os endereços, estão um casarão tombado na esquina da Avenida Rio Branco, um prédio de três andares, um ferro velho e casas.
A Secretaria da Habitação informou que todas as famílias dos imóveis ocupados vão receber auxílio aluguel de R$ 1,2 mil no primeiro mês e R$400 nos demais, até que as unidades habitacionais sejam entregues. As pessoas removidas assinaram um termo antes de sair, segundo a pasta.
O comerciante Porfírio Rabaça Valente, de 90 anos, morava havia mais de três décadas em um dos apartamentos reintegrados pela Justiça na Alameda Glete. “Me avisaram só ontem (domingo). Foi uma correria para tirar tudo”, diz ele. “Além disso, não acho justo o valor que me deram de indenização. Vale mais do que me deram”.
Segundo ele e o genro, o técnico de informática Emiliano Santos, que acompanhou o cumprimento do mandado com o parente, o Estado indenizou em R$ 134,9 mil, mas o imóvel vale mais que o dobro.
No prédio onde Porfírio morava, outras cinco famílias residiam de aluguel e também foram retiradas. No casarão da esquina da Alameda Glete com a Avenida Rio Branco, nove famílias que ainda não foram cadastradas pela Prefeitura de São Paulo permanecem no local, de acordo com o advogado Thiago Nascimento.
Em 2013, o governo entrou com uma ação pedindo a reintegração de posse da quadra. Apesar de a juíza Alexandra Fuchs, da Central de Mandados, ter determinado a suspensão de todas as remoções da quadra 36 com base em pedido do Ministério Público, o governo do Estado recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu manter a ordem de despejo das famílias marcada para a manhã desta segunda.
Neste domingo, caminhões de mudança e vans da Construcap, empreiteira que irá construir o novo prédio do hospital, estavam no local para transportar as dezenas de famílias que viviam nos imóveis. Elas foram desalojadas mediante o pagamento de três meses de auxílio-moradia (R$ 1,2 mil). Elas continuarão recebendo mensalmente R$ 400 até a entrega de um imóvel definitivo.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, 163 famílias que viviam no local foram cadastradas no sistema de habitação da cidade. No início da tarde, ao menos duas famílias ainda não haviam saído dos imóveis. Nos locais deixados pelas famílias, operários ergueram paredes de alvenaria para impedir o retorno da ocupação.
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Doria negocia com DEM, mas ala tucana tenta impedir candidatura
Após se aproximar do PSD, o prefeito João Doria investe agora no apoio do DEM para uma eventual candidatura pelo PSDB ao governo de São Paulo. A negociação partidária, que envolve o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM-BA), ocorre à revelia do governador Geraldo Alckmin e no momento em que uma ala tucana tenta adiar as prévias paulistas da legenda para maio.
Com o adiamento das prévias, o prefeito seria forçado a deixar o cargo para entrar na disputa interna. Pela legislação, os políticos que forem concorrer nas eleições deste ano devem renunciar até o dia 7 abril.
Doria e Maia conversaram sobre a sucessão em São Paulo no avião do prefeito, durante um voo entre Rio e Salvador na terça-feira de carnaval. Ao chegar à capital baiana, eles se juntaram ao prefeito ACM Neto. Questionado sobre o encontro, Maia disse que a palavra final sobre uma eventual aliança em São Paulo será do diretório regional do DEM.
O prefeito deve almoçar no sábado com o secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, pré-candidato do DEM ao governo, e com dirigentes paulistas da sigla. A ideia é oferecer a Garcia a vaga ao Senado. Por essa configuração, o presidente licenciado do PSD, ministro Gilberto Kassab, seria o vice de Doria na chapa e o chanceler Aloysio Nunes (PSDB), o segundo candidato ao Senado. A movimentação de Doria incomodou aliados de Alckmin.
O governador tenta evitar um racha em sua base na campanha pelo Palácio dos Bandeirantes. Pré-candidato à Presidência, Alckmin não descarta convidar o vice-governador Márcio França (PSB), que deve assumir em abril o governo e disputar a reeleição, para se filiar ao PSDB e ser o candidato único da coalizão governista. Tucanos paulistas ventilam ainda a possibilidade de acrescentar uma cláusula ao estatuto da legenda que tornaria todos os detentores de cargo executivo candidatos “natos” à reeleição – ou seja, sem a necessidade de disputar prévias.
Editorial: Alckmin tem uma difícil tarefa de fazer um jogo de recuperação
É quase consenso que Geraldo Alckmin é o melhor nome do PSDB para concorrer este ano à Presidência da República. Evidentemente, tem aqueles que discordam, como o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que chamou a prévia do partido de fraude e abandonou a disputa interna pelo posto de presidenciável. Mas, depois de Aécio Neves ter se afundado em um lamaçal, de o prefeito João Doria, aparentemente, ter se contentado com a possibilidade de sair governador e de Fernando Henrique Cardoso ter visto abortada a ideia de lançar Luciano Huck como candidato, não há às claras outra indicação tão forte nas fileiras tucanas quanto a do governador paulista.
Assim, o nome de Alckmin deve ser aclamado nas prévias presidenciais do partido, agendada para 18 de março. No entanto, se dentro da legenda a fatura é líquida e certa, fora dela o cenário ainda é muito nebuloso. E os números divulgados ontem pelo Instituto Paraná Pesquisas (IPP), que mostrou o paulista em empate técnico com Jair Bolsonaro, com intenções que variam de 20% a 23%, dependendo do cenário, é mais motivo para preocupação do que para celebração. Afinal, se quer almejar voos mais altos, o governador tem de se mostrar soberano entre aqueles que diretamente lidera.
Em 2006, quando enfrentou Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin superou o petista nos dois turnos, tendo um incrível desempenho de 54,2% dos votos no primeiro turno. Isso com Lula no auge de sua trajetória política. Em 2010, José Serra repetiu a dose, baixando a margem para 40,67% no primeiro turno e subindo para 54% no segundo. Em 2014, Aécio Neves perdeu nos dois turnos em Minas Gerais, seu Estado, e viu Dilma Rousseff ser reeleita.
Assim, para Alckmin não resta outra alternativa a não ser recuperar os votos que o PSDB tradicionalmente obtém em São Paulo. Ainda há muita água para rolar sob esta ponte. Mas, fazer um jogo de recuperação é muito mais difícil e desgastante do que administrar uma vantagem. No entanto, as prévias do PSDB podem finalmente lançar luz sobre o papel do governador paulista nesta que deve ser uma acirrada e imprevisível disputa presidencial.
Governo do Estado inaugura estação ligando aeroporto internacional até o fim de março
Em um de seus últimos atos como governador de São Paulo antes da renúncia para disputar a Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB) deve entregar as estações Cecap e Aeroporto, da Linha 13-Jade da CPTM, no dia 31 de março. A informação foi confirmada por Paulo Gonçalves, presidente da CPTM, em apresentação no Instituto de Engenharia.
Estas serão as únicas estações da CPTM a serem entregues neste ano, com investimento, entre obras e aquisição de trens, de aproximadamente R$ 2 bilhões. A linha será responsável por fazer a ligação entre o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos à Zona Leste da Capital, por meio da Estação Engenheiro Goulart.
Como já é praxe, tanto no Metrô quanto na CPTM, a nova linha deve começar a operar de forma parcial, das 9h às 13h, sem cobrança de tarifa. Em meados de abril, a estação deve funcionar normalmente.
Além da viagem regular, entre Aeroporto e a Estação Engenheiro Goulart, a Linha 13 prevê mais duas modalidades de viagem: A Connect e a Airport Express. O primeiro modelo prevê a partida para o aeroporto, a cada 24 minutos, da estação Brás. Já o último modelo terá partida na Luz e só realizará parada no destino final.
Nesta sexta, 2, o governador inaugurou a Estação Eucaliptos do Metrô.
CPTM entrega metade dos trens previstos em licitação
A CPTM entregou 34 dos 65 trens adquiridos por 1,8 bilhão de reais na licitação internacional, que terminou em 2016. As empresas do Consórcio Iesa – Hynday Roten (30 trens a R$ 788 milhões) e a espanhola CAF (35 trens por R$ 1 bilhão) já foram multadas diversas vezes pela demora na entrega dos equipamentos.
Durante inauguração das obras da nova estação Francisco Morato, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ressaltou que o processo de renovação de toda a frota da Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato) deve ser concluída até maio. O trajeto tem 19 novos trens em circulação e transporta 415 mil passageiros por dia útil.
“Temos nesta linha alguns trens ainda da década de 1950, com mais de 60 anos. Os novos trens têm vagões contínuos, que são mais seguros, maior motorização, câmeras de segurança e ar-condicionado. São mais confortáveis, seguros e silenciosos”, disse Alckmin.
A Linha 11-Coral Expresso Leste (Luz-Guaianazes) também foi beneficiada com outros 15 veículos da nova frota. Pelo menos 500 mil pessoas por dia utilizam este percurso. Os demais trens ainda precisam ser entregues e passar pelos testes necessários.
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