Editorial: Mudar a Lei de Zoneamento da Capital favorece a quem?
Ainda restam duas audiências públicas voltadas à discussão sobre as mudanças na Lei de Zoneamento. Ambas estão programadas para acontecer hoje (na Rua Oscar Freire, 2.500, às 18h30) e na quarta, 28 (Sesc Consolação, às 18h30). Outras três já foram realizadas na semana passada. O assunto, infelizmente, não tem ganhado o devido destaque, mas é dos mais importantes para a cidade e seus cidadãos, uma vez que está relacionado a um conjunto de regras que estipula o que pode ser construído e funcionar em cada bairro. Portanto, tem a ver com a realidade e rotina de mais de 12 milhões de paulistanos.
Essa questão volta à tona menos de dois anos depois de ser debatida, definida e sancionada na gestão Fernando Haddad. No entanto, o atual chefe do Executivo, João Doria, resolveu retomar o assunto, com vistas a aprovar alterações até a metade deste ano. Não são poucas as entidades que criticam a atitude da atual administração, tendo inclusive um grupo de 156 delas assinado uma carta aberta ao prefeito repudiando a urgência em mudar algo que, de tão recente, ainda não foi nem implementado. Diante disso, elas cobram a apresentação dos estudos técnicos que motivaram a revisão.
E entre os pontos que causam tanta celeuma estão a permissão para se construir prédios em maior número e mais altos no miolo de bairros “já saturados”; ampliação da área para o estabelecimento de shoppings, universidade e hospitais; e a concessão de um desconto de 30% no valor que as construtoras pagam para poder erguer edifícios maiores (chamada de outorga onerosa). Na prática, a Prefeitura abre mão de aproximadamente R$ 150 milhões por ano, ou R$ 2 bilhões em 15 anos, conforme o colunista Américo Sampaio, da rádio CBN. Se esse valor é muito ou se é muita generosidade para quem não precisa; se as mudanças favorecem à cidade ou apenas ao setor imobiliário, é isso que a população é convidada a debater e se posicionar nestas audiências públicas. Trata-se de uma oportunidade rara de se ouvir a voz do cidadão, que terá a chance real de contribuir para a construção de uma cidade que acolhe a todos e que não pode ser ignorada por ninguém.
Dorival destaca evolução do São Paulo em início exaustivo
O São Paulo venceu o CSA, de Alagoas, por 2 a 0, em jogo válido pela segunda fase da Copa do Brasil 2018, no estádio Rei Pelé, em Maceió, na noite desta quinta-feira (15). Para o técnico Dorival Júnior, a equipe tem evoluído, apesar do início de ano cansativo.
Os gols foram marcados somente no segundo tempo pelos meias Nenê (3’, 2º) e Cueva (16’, 2º), garantindo acesso do tricolor na próxima fase do torneio – inédito no museu de troféus do Morumbi. A partida não foi de empolgar, principalmente no primeiro tempo, quando o SP procurava brechas na zaga do time da União e da Força. Porém, na segunda etapa, a equipe voltou mais consciente e conseguiu colocar em prática o que faz nos treinos.
“Voltamos para o segundo tempo mais conscientes. Isso foi importante para ter mais posse de bola. As jogadas que foram treinadas exaustivamente, as triangulações e conseguimos os gols. A marcação estava toda lá atrás, erramos nos passes, mas quando acertamos a movimentação, o Diego Souza saindo e alguém entrando no corredor, com uma marcação individualizada, começamos a atacar o espaço e a criar uma nova condição para o time”, disse Dorival.
Foto: Rubens Chiri – Divulgação São Paulo FC.NET
O comandante do time do Morumbi destacou o desgaste físico que o início de temporada causa. O São Paulo treinou por 10 dias e fez 8 jogos, o que dá uma média de três partidas por semana e embalou a quarta vitória consecutiva.
“Um jogo como este contra o CSA mostra tudo isso. As dificuldades do primeiro tempo e a mudança para segunda etapa. As críticas vão acontecer. Com 10 dias de treino não existe milagre. Se tem alguém a ser criticado não são os jogadores. Estamos no caminho certo. Vamos fazer um bom Paulista e uma boa Copa do Brasil”, completou o técnico.
O próximo compromisso da agenda do São Paulo é diante do Santos, às 17h, no Morumbi. Rodrigo Caio cumpre suspensão automática e Anderson Martins deve substituí-lo.
SP registra 5,1 milhões de pessoas no Carnaval
O Carnaval de Rua de São Paulo reuniu cerca de 5,1 milhões de pessoas nos quatro dias de feriado. A soma inclui o público dos blocos de rua, dos palcos e dos desfiles das escolas de samba no Anhembi.
O balanço do Carnaval foi divulgado, na quarta-feira, 14, pela Prefeitura de São Paulo.
Ele mostra que de sábado, 10, a terça-feira, 13, foram 180 desfiles de blocos de rua na Capital. Somente a Avenida 23 de Maio, de domingo, 11, a terça, concentrou mais da metade do público do Carnaval de Rua: 2,6 milhões de foliões passaram pela avenida. No local, ocorreram sete desfiles.
Apesar do sucesso de público, o Carnaval na Avenida 23 de Maio registrou problemas. Uma das maiores queixas de foliões e moradores dos bairros próximos foi a quantidade de pessoas urinando, vomitando ou consumindo drogas nas ruas.
(Crédito: Luiz Guadagnoli/SecomPMSP)
Fiscalização
A lateral do Centro Cultural São Paulo, de frente para a 23, virou o ponto favorito para o xixi. Desde o dia 3, foram autuadas 396 pessoas urinando na rua. Segundo a Prefeitura, havia 580 banheiros públicos, mas os foliões reclamaram de filas.
Enfermeiras contaram que foliões tentaram forçar a entrada em hospitais da região para tentar usar os banheiros. No Hospital Sancta Maggiore, no Paraíso, meninas passaram a gritar e xingar, depois que foram impedidas de entrar pelos seguranças. Famílias de pacientes reclamaram de barulho e houve atraso na movimentação de ambulâncias.
O período oficial do Carnaval é de 3 a 18 de fevereiro, com previsão de 491 desfiles na cidade. No próximo fim de semana, estão previstos mais 104 desfiles. Segundo números da Prefeitura, somente no final de semana de pré-carnaval o público foi de 4 milhões.
Doria quer aumentar em 25% número de semáforos
A gestão do prefeito João Doria (PSDB) lança, nesta sexta (16), um edital de chamamento público para receber estudos do setor privado para viabilizar a privatização da rede semafórica da capital paulista, que é da década de 1980. O foco é aumentar em até 25% o número de semáforos.
O objetivo é fazer um longo contrato de concessão no qual a empresa terá de investir em tecnologia para modernizar até 85% dos 6.399 semáforos de São Paulo, alvos constantes de vandalismo e apagões. O investimento necessário está estimado em R$ 1 bilhão.
Só 600 semáforos têm automação em tempo real, ou seja, o tempo de abertura e fechamento é controlado a distância de um centro de operações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Os novos aparelhos também vão controlar a velocidade dos carros e farão a contagem dos veículos no cruzamento, o que, segundo a Prefeitura, permitirá modificar a programação para que os semáforos fiquem abertos mais ou menos tempo, conforme o trânsito da região.
O secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, estima até 20% a mais de fluidez do trânsito com os semáforos inteligentes.
7 mil itens são perdidos por mês no Metrô
Mais de 6,8 mil itens são perdidos mensalmente no Metrô de São Paulo. Em sua maioria, documentos, que completam quase 63% do total de itens. O número já supera a média mensal registrada no ano passado, de 6,6 mil objetos – no total de 2016, foram 80 mil artefatos enviados à Central de Achados e Perdidos. O índice de recuperação era de 24% e teve uma pequena queda para 22% este ano.
Segundo Marcos Borges, coordenador de Atendimento e Serviços ao Usuário do Metrô, a taxa ainda é baixa. “As pessoas acabam não acreditando que existe uma consciência boa, que vá entregar um objeto achado para os funcionários”, disse. De acordo com ele, qualquer trabalhador, desde o setor de limpeza até a segurança, está treinado para agir.
O pequeno espaço da central não estava lotado, como costuma ficar, no dia em que a reportagem visitou o local, pois os itens ficam por dois meses disponíveis ali, até que são entregues ao Fundo Social de Solidariedade do Estado, que decide a destinação de cada material.
Dentre o que foi encontrado pelo Metrô News, muitos documentos, celulares, carteiras, mochilas e bolsas. “É importante destacar que os usuários podem confiar e devem nos procurar sempre que precisarem de ajuda, seja encontrando um item ou procurando por algo”, explicou o coordenador. Hoje o Metrô conta com 4,5 milhões de usuários por dia.
Inusitado – Até próteses de perna foram esquecidas por usuários do Metrô de São Paulo recentemente (Foto: Lucas Dantas)
Espada e até máquina de escrever
Dentaduras, próteses de perna, um alcorão escrito em árabe e intacto, uma espada com inscrições japonesas, um violão elétrico, algemas e várias muletas. Tudo isso está dentre os objetos perdidos nos vagões do Metrô. “Tem algumas histórias engraçadas”, alerta o coordenador Marcos Borges, enquanto entra na sala.
Ele contou que um dos acontecimentos mais hilários foi quando um senhor procurou o espaço questionando sobre uma dentadura. Depois de algumas perguntas e um teste feito pelo próprio usuário, finalmente ele teria encontrado o objeto desejado e levou de volta a sua preciosa prótese dentária. “Só que ele retornou, três dias depois, para devolver. Não era a dele, que nunca foi achada”, contou, gargalhando, o coordenador.
Documentos são maioria
Os objetos mais encontrados são cartões, documentos, bilhetes de transporte, artigos de papelaria, artigos pessoais e peças de vestuário. Só que algumas coisas são bem curiosas: no alto de uma prateleira, um isopor de motoboy, com a inscrição do Uber Eats, aguarda o dono talvez voltar para recuperá-lo.
Despercebido – Dentaduras e instrumentos musicais são esquecidos (Foto: Lucas Dantas)
Foto: Lucas Dantas
Consulta informatizada
A Central de Achados e Perdidos do Metrô foi inaugurada em 15 de junho de 1975, na estação São Judas da Linha 1-Azul (Jabaquara/Tucuruvi). Em 1981, o posto foi transferido para a estação Sé, onde permanece até hoje. O local conta com um sistema informatizado, que permite a consulta de um item esquecido a partir de qualquer estação.
Foto: Lucas Dantas
Falta atenção
De acordo com a professora do curso de Psicologia da Universidade UNG, Solange Rodrigues Martins Camargo dos Santos, os smartphones são os “vilões” das distrações. “Se tem gente que é até atropelada na rua porque não presta atenção ao trânsito, imagina esquecer um documento no Metrô? Isso distrai muito e a nossa memória precisa de atenção. Se a pessoa não está focada no que ocorre à sua volta, vai perder um monte de coisas mesmo”. O professor de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Eduardo Fraga, concordou. “No mundo moderno, com os acessórios eletrônicos, é muito mais fácil dispersar a atenção e perder as coisas”, falou. “O importante é que, mesmo em uma sociedade competitiva, em que todos querem ganhar, os objetos são devolvidos”, afirmou o especialista.
Quem procura, acha!
O atendimento pessoal é feito na estação Sé, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 7h às 20h, e abrange todas as linhas, inclusive a Linha 4-Amarela. As consultas de documentos e objetos identificados também podem ser realizadas na Central de Informações do Metrô pelo telefone 0800-7707722, todos os dias, das 5h30 às 23h30, ou ainda pelo site do Metrô (www.metro.sp.gov.br).
Foto: Lucas Dantas
Foto: Lucas Dantas
Foto: Lucas Dantas
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