Editorial: Todos serão empossados até hoje, menos os estaduais paulistas
Há muitos projetos inúteis ou danosos aprovados no Congresso Nacional. Mas um poderia ser apresentado e admitido nesta Legislatura, que começa hoje, por deputados e senadores: a unificação da data de posse dos deputados estaduais e distritais. Enquanto os membros do Congresso e da maioria das assembleias legislativas assumem seus postos hoje, outros três Estados fazem isso em momento diferente. E um deles é justamente São Paulo. Em Roraima a investidura se deu em 1º de janeiro e no Rio Grande do Sul isso foi feito ontem. Mas aqui, isso só vai acontecer em 15 de março.
A demora de quatro meses e meio da eleição até o exercício de fato da função parlamentar, no caso paulista, é tão absurda que não encontra similar no Brasil. Enquanto o Congresso e as assembleias do País inteiro estarão trabalhando a pleno vapor, a Alesp estará praticamente às moscas e ocupadas por deputados-tampão, que assumiram neste período de transição os postos daqueles que deixaram a Casa e foram para Brasília (na condição de deputado federal) ou guindados para cargos na administração estadual, como secretário de alguma pasta, por exemplo.
Até 11 de novembro de 1996, a legislatura paulista começava em 1º de janeiro, com a posse dos seus membros e a eleição da Mesa. No entanto, uma emenda à constituição do Estado alterou o texto do 2º parágrafo do seu 9º artigo, dando o atual formato. Agora seria necessário modificar a Constituição Federal para ajustar este descompasso, mas já se passaram duas décadas desde então e nada foi feito. Dessa forma, não faltam reclamações de quem chega à Alesp, que está ansioso para assumir sua cadeira, e daqueles que não conseguiram a reeleição, que são tomados pelo desânimo.
Portanto, é preciso alinhar esta questão e caberá aos parlamentares, que serão empossados hoje no Congresso, levar à frente esta demanda. Só assim para acabar com o que o então senador Aloysio Nunes chamou de “esquisitice institucional”, que faz com que boa parte dos novos deputados estreiem na arena política somente muito tempo depois de o governador já ter começado a trabalhar. Esta desarmonia pode até ser constitucional, mas foge ao bom senso. Daí valer a pena batalhar por sua correção.
O ex-jogador e atual comentarista Walter Casagrande Jr. rebateu o seu companheiro de Globo, Tiago Leifert. Em texto publicado na revista GQ nesta terça, 27, Casão defendeu que atletas se posicionem politicamente durantes eventos esportivos. Uma visão completamente contrária à exposta por Leifert, na mesma publicação, na última segunda-feira, 26.
Apesar de claramente contrariar o apresentador, o ex-atleta não o citou em nenhum momento em sua coluna. Casão mencionou que participou ativamente do movimento conhecido como “Democracia Corinthiana”, do qual era um dos líderes ao lado de Sócrates, no início da década de 80.
“Hoje, eu não poderia ter feito o que fiz? A manifestação do Corinthians em prol da democracia, assim como os Panteras Negras na Olimpíada de 1968, contribuíram para um mundo melhor”, escreveu Casagrande.
O comentarista, indiretamente, referiu-se ao deputado federal Jair Bolsonaro, que, provavelmente, concorrerá à Presidência nas eleições de outubro. Casão o criticou, sem citar seu nome, por ele apoiar a ditadura militar.
“Lamentar é a solução mais óbvia. Prefiro enfrentar com diálogo. Afinal, esta é a grande conquista da democracia. Foi por isso, para ter liberdade de pensar, falar, vestir-se como quiser, de ter o partido político que preferir e defender as bandeiras em que acreditar que lutamos durante 21 anos. Todas essas manifestações, desde que feitas dentro da lei, com respeito e valores, fazem parte de uma democracia madura”, pontuou Casagrande.
Então, o ex-jogador voltou a falar sobre esporte e política, defendendo que os dois assuntos se misturem. ‘Daí a importância do esporte como palco, sim, de discussões políticas. Por que os atletas deveriam se abster? A democracia dá o direito a donas de casa, cabeleireiros, taxistas, apresentadores de televisão e também a atletas profissionais de se manifestarem politicamente. Faz parte do jogo”, afirmou.
Para justificar sua opinião, Casão recordou o gesto dos americanos Tommie Smith e John Carlos, medalhistas na Olimpíada de 1968, na Cidade do México. Ao subirem no pódio, os velocistas ergueram os braços com os punhos cerrados, gesto característico de membros do Partido dos Panteras Negras, fundado em 1966, nos EUA.
“Mostraram o quão urgente era a discussão sobre o racismo”, avaliou o comentarista, que, também, citou o boxeador Muhammad Ali, morto em 2016. “[…] negou-se a combater no Vietnã justamente por saber o valor que a decisão de um ídolo do esporte teria em torno do debate da guerra[…]”.
Ao contrário de Leifert, Casão mostrou apoio aos atletas que se ajoelhavam durante a execução do hino americano em eventos esportivos, como jogos da NFL e da NBA. O ato era um prostesto contra a morte de negros em ações policiais. O comentarista ainda disse que quem é contra a manifestações de esportistas, possui “ideias reacionárias”.
“Quem proíbe o jogador de participar disso está, indiretamente, apoiando ideias reacionárias.E o caminho é inverso. Em um momento tão polarizado, extravasar isso é essencial. Só com o diálogo chegaremos a algum lugar. Espero que o esporte em geral continue exercendo sua função de servir de palco para ampliar as grandes discussões de um país, do mundo, para além da diversão. Viva a democracia”, finalizou.
Nova estação da CPTM será inaugurada até sábado
A estação Eucaliptos, da Linha 5-Lilás, do Metrô, vai ser inaugurada neste final de semana, segundo informações do governo estadual.
A abertura ao público deve acontecer com a emissão do certificado de segurança para circulação dos trens com usuários por parte da empresa Bombardier, explicou a empresa.
A expectativa é que a operação seja assistida, com horário reduzido e passagem gratuita até Brooklin. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, no começo do ano, que o Estado iria entregar 18 estações até dezembro.
Além da Eucaliptos, está prevista, a entrega das estações Moema, AACD-Servidor e Hospital São Paulo. Já a estação Campo Belo fica para dezembro. Este mês deve ocorrer também a entrega das paradas São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói, Vila União e Jardim Planalto, todas da Linha 15-Prata.
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