Justiça do Trabalho determina bloqueio de R$ 800 milhões da Vale
A pedido do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), a Justiça do Trabalho autorizou o bloqueio de R$ 800 milhões da mineradora Vale, responsável pela barragem na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu na tarde de sexta-feira (25). Até o momento, a Justiça já determinou o bloqueio de R$ 11,8 bilhões das contas da mineradora.
Segundo o MPT, a quantia será destinada ao pagamento de direitos trabalhistas, assegurando “as indenizações necessárias a todos os atingidos, empregados diretos ou terceirizados, pelo rompimento da barragem na mina”. Segundo o último balanço oficial divulgado, o número de mortos na tragédia já chega a 60 e 292 pessoas continuam desaparecidas.
Na decisão, a juíza Renata Lopes Vale, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), também obriga a Vale a continuar pagando os salários dos trabalhadores desaparecidos a seus parentes e familiares. A medida deverá vigorar “até a resolução da situação pendente em que se encontram (constatação efetiva ou jurídica de vida ou de óbito)”.
A empresa também deverá arcar com despesas de funeral, translado de corpo, sepultamento de todos os trabalhadores mortos em função do rompimento da barragem. A Vale tem 10 dias, a partir da notificação, para apresentar cópia de seu Programa de Gerenciamento de Riscos, entre outros documentos.
Na sexta-feiraA Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora Vale, desde o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG), na tarde de sexta-feira (25).
No sábado (26), a Justiça de Minas Gerais já havia bloqueado R$ 10 bilhões da mineradora. Por determinação da juíza Perla Saliba Brito, a fim de garantir recursos para medidas emergenciais e a reparação de danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem, R$ 5 bilhões foram bloqueados. Horas depois, a Justiça mineira determinou o bloqueio de mais R$ 5 bilhões para ressarcir danos e perdas às vítimas em geral.
Ainda no sábado (26), o juiz Renan Chaves Carreira Machado, responsável pelo plantão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, ordenou o bloqueio de R$ 1 bilhão da mineradora.
Tite surpreende ao convocar Willian José para amistosos contra Rússia e Alemanha
Tite vinha dizendo nas últimas semanas que buscava um “ritmista” para a seleção brasileira, mas na lista de convocados divulgada nesta segunda-feira para os amistosos contra Rússia e Alemanha, respectivamente nos dias 23 e 27 de março, o treinador foi ortodoxo. Ele não chamou nenhum novo articulador de “carteirinha” e as novidades ficaram no setor ofensivo, com o meia-atacante Anderson Talisca e o atacante Willian José.
O treinador se derramou em elogios ao atacante da Real Sociedad. “Willian José e Talisca trazem componentes diferentes. Willian José faz duas grandes temporadas no Real Sociedad, tem a qualidade técnica, um desenvolvimento muito grande como atleta”, disse o comandante, durante a entrevista coletiva que se seguiu à lista de convocados, na sede da CBF, no Rio. “O objetivo é termos opções com características diferentes, termos um pivô, apesar de ser um jogador móvel, de 1,89m, com muita mobilidade. Cabeceia muito, evoluiu muito.”
Já ao comentar sobre o jogador do Besiktas, da Turquia, que foi outra novidade desta convocação, o treinador ressaltou: “Talisca tem finalização de média distância, tem números importantes em duas temporadas muito boas, uma bola aérea e um cabeceio de muita qualidade, além de imposição física”.
Sobre a ausência de seu propalado “ritmista”, Tite frisou que o fato de um jogador com essa característica não estar na lista desta segunda-feira não significa que ele e outros não chamados agora ficarão de fora da Copa do Mundo. O técnico foi mais longe e deu exemplos de atletas que podem fazer a função.
“Fernandinho tem (papel de articulador), Renato Augusto, Philippe Coutinho, Willian menos, mas têm”, enumerou, citando jogadores que estão garantidos na Copa. Depois, deu indicativos de outros que podem estar na lista final. “Arthur, Fred, Rodriguinho, Diego, Lucas Lima, Giuliano…”, completou.
Confira a lista de convocados da seleção brasileira:
Goleiros – Alisson (Roma), Neto (Valencia) e Ederson (Manchester City).
Laterais – Fagner (Corinthians), Daniel Alves (Paris Saint-Germain), Filipe Luis (Atlético de Madrid) e Marcelo (Real Madrid).
Zagueiros – Marquinhos (Paris Saint-Germain), Thiago Silva (Paris Saint-Germain), Miranda (Inter de Milão), Pedro Geromel (Grêmio) e Rodrigo Caio (São Paulo).
Meio-campistas – Casemiro (Real Madrid), Fernandinho (Manchester City), Fred (Shakhtar Donetsk), Paulinho (Barcelona), Philippe Coutinho (Liverpool), Renato Augusto (Beijing Guoan), Willian (Chelsea) e Anderson Talisca (Besiktas).
Atacantes – Douglas Costa (Juventus), Roberto Firmino (Liverpool), Gabriel Jesus (Manchester City), Taison (Shakhtar Donetsk) e Willian José (Real Sociedad).
Em livro, advogado conta como venceu o maior drama de sua vida
Após a edição de “A doença do Alcoolismo”, o advogado Paulo Leme Filho lança nesta terça-feira, 15, em São Paulo, seu novo livro com foco na dependência: “Vai valer a pena”. Trata-se de uma parceria com o jornalista Fábio Piperno, que aborda as diversas etapas de um problema que afetou a sua vida e a dos familiares.
O advogado está em abstinência há mais de 21 anos e resolveu expor a situação às pessoas no primeiro livro, escrito em parceria com o pai, Paulo de Abreu Leme, abstêmio há 30 anos. Ambos mostram aspectos da doença do alcoolismo e da dependência, além da experiência vivida. O novo livro, segundo Paulo Leme Filho, é uma narrativa que procura mostrar à sociedade que é possível dar a volta por cima quando se tem apoio.
De forma direta, a obra aborda a perda do emprego, a quase expulsão da faculdade e a retomada da vida, com apoio da mãe, Alzira, que o ajudou a concluir o curso de Direito na USP e a iniciar uma carreira de sucesso.
Mostra, também, a exitosa experiência do Movimento Vale a Pena, com ações direcionadas para a prevenção da dependência. “Durante as palestras de divulgação do primeiro livro, percebi o interesse das pessoas em saberem da minha experiência no dia a dia. E o Vai Valer a Pena tem esse propósito: mostrar na prática como consegui superar essa fase difícil que atravessei. Contar essa história é uma forma de incentivar as pessoas a darem o primeiro passo para recomeçar”, disse o advogado.
Paulo Leme Filho reforçou a ação pioneira do Vale a Pena com o lançamento do aplicativo Eu me Importo, ferramenta disponível para download em sistema Android que reúne, de forma inédita, com mais de cinco mil endereços de grupos de apoio aos dependentes e também informa os dias e horários das reuniões.
Serviço:
Vai valer a Pena
(Scortecci Editora, 89 páginas, R$ 35,00)
Onde comprar:
Livraria Martins Fontes
Livraria Asabeça
Noite de autógrafos
Livraria Martins Fontes
Avenida Paulista, 509
Data: 15 de maio
Horário: 18h30 às 21h30
Estacionamento: Rua Manoel da Nóbrega, 88 ou 95
Primeira hora R$ 7,00 nas compras acima de R$ 10,00
Toca do Lobo: Cavaleiro irlandês
Há muita semelhança entre irlandeses e brasileiros. Ambos são sedentos por cerveja, extremamente hospitaleiros, festeiros e alucinados por esportes como o futebol. Uma outra paixão em comum é a música, com a diferença de que a tradicional folk (folclórica) irlandesa é mais envolvente do que a nossa outrora consagrada, mas hoje extremamente politizada e pretensiosa MPB.
A simplicidade da música irlandesa nos remete ao âmago de nossa alma, pois tanto diverte quanto emociona. É um banquete de ideias e melodias onde a verdade está ali explícita na poesia, nas harmonias e nos vocais quase sempre guturais de seus cantores.
O país já revelou para o mundo grandes nomes, que vão desde U2 e Van Morrison até o virtuoso e saudoso guitarrista Gary Moore e a recentemente falecida, também de forma precoce, Dolores O’Riordan.
Este fértil celeiro cultural reafirma o histórico de produzir artistas de talento acima da média, entre eles, dois grandes e discretos nomes que arrebatam fãs pelo mundo, mesmo sem intensas divulgações e planos de mídia.
Um deles é o melancólico Damien Rice que, com aridez espiritual e uma voz tranquila e sedutora, conquistou o mundo com Blowers Daughter, tema do filme Closer.
De outro lado, o discreto e não menos brilhante Glen Hansard encanta com uma admirável e honesta obra única de recorte poético e melódico aos moldes de Woody Guthrie e seu maior expoente: Bob Dylan. A diferença está na voz poderosa e na fúria de Glen ao violão. Não há nada tão sincero e tão visceral no mundo atual da música quanto as performances deste irlandês.
Artesão na arte de compor de forma singular e envolvente, Glen canta desde a bravura do homem comum, bem retratada na obra de Bruce Springsteen, até à beleza das canções acústicas doídas sobre relacionamentos malsucedidos descritos em reflexões literalmente gritantes, numa dinâmica musical que envolve e impressiona.
Hansard, também ator, abriu as portas para o mundo ao interpretar um músico das ruas de Dublin apaixonado por uma vendedora de flores no belíssimo e premiado filme Once, que teve até uma versão arrasadora para Broadway.
A cantora tcheco e multi-instrumentista Markéta Irglová, sua parceira no filme, já havia gravado com ele o extasiante álbum The Swell Season, cuja trilha praticamente desenha toda trama do filme de baixo orçamento, que faturou diversos prêmios, entre eles um merecido Oscar pela lindíssima Falling Slowly.
Glen lança seu terceiro álbum solo e acompanha Eddie Vedder na turnê mundial e intimista do líder do Pearl Jam. No mundo atual, de caminhos confusos e quase sempre sem direção, junte-se a este cavaleiro irlandês munido de seu violão gasto, esburacado e poderoso, a quem ele carinhosamente chama de “O Cavalo”, e permita-se cavalgar por novos rumos e estradas sonoras. A emoção é garantida.
Vestibulares “fora de época” ajudam candidatos a cursar ensino superior
Com o fim dos principais vestibulares de universidades públicas, os candidatos têm pouco tempo para realizar os trâmites e tentar estudar ainda neste semestre. Quem quiser utilizar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em entidades particulares ou para o Programa Universidade para Todos (Prouni) ainda tem algumas opções.
Os chamados vestibulares “fora de época”, realizados após o início das aulas, estão com inscrições abertas durante o mês de março. Além disso, o Prouni está disponível até amanhã e o cadastro deve ser realizado por meio do site do programa.
O Metrô News buscou as principais instituições particulares de ensino superior do Estado de São Paulo para questionar sobre o processo seletivo. Na Universidade Paulista (Unip), os descontos para ingresso com a nota do Enem podem chegar a 100%. As provas tradicionais ocorrem até 18 de março e mais informações podem ser obtidas no site da instituição.
Na Anhembi, as provas vão até o dia 10 e as inscrições custam R$ 25. Já na Universidade Cidade de São Paulo e na Unicsul, o prazo vai até dia 18 e o custo é de R$ 30. Na Faculdade Sumaré, a matrícula ocorre no mesmo dia do vestibular, com desconto de 70% na mensalidade de março.
Pesquisa mostra que 2 de cada 3 feminicídios ocorrem na casa da vítima
Dois terços dos casos de feminicídio foram cometidos na casa da vítima, segundo pesquisa do Ministério Público Estadual (MPE). Em 58% dos casos foram usadas armas brancas, como facas, para feri-las ou matá-las. Dos registros, em 75% a vítima tinha laço afetivo com o agressor.
A pesquisa analisou estatísticas de 121 cidades paulistas de março de 2016 a março do ano passado. O Núcleo de Gênero do MPE analisou 356 denúncias apresentadas à Justiça e divulgou o estudo nesta quinta-feira, dia 1º.
A Lei do Feminicídio – que prevê penas mais altas para condenados por assassinatos decorrentes de violência doméstica ou por discriminação e menosprezo à mulher – completará três anos de promulgação na próxima sexta-feira. A lei classifica esses homicídios como hediondos, dificultando, por exemplo, a progressão da pena do condenado, além de elevar em até um terço a pena final do réu. Mas muitos dos crimes passíveis de enquadramento como feminicídio ainda não são registrados assim, dizem especialistas.
De acordo com a promotora Valéria Scarance, coordenadora do núcleo, um dos méritos do estudo é tentar desmistificar informações, como as que indicam que a maioria dos casos é praticada aos fins de semana. O estudo mostra que 68% dos crimes aconteceram durante a semana e 39%, durante o dia.
Para cometer os crimes, a maioria (58%) usou armas brancas, como facas, ou ferramentas (11%), como martelo. O uso de arma de fogo foi constatado em 17% dos crimes.
“Claro que a arma é um fator de risco nesses casos, mas os dados mostram que o perigo não é afastado quando o homem não tem uma arma. O uso de ferramentas caseiras é constante. Há casos em que até são usados materiais de construção, como blocos de concreto”, diz Valéria. Ataques com uso das mãos para asfixiar ou espancar a vítima representam 10% do total.
Em 75% dos casos, a vítima tinha laço afetivo com o agressor, com quem era casada ou namorava. E em quase metade dos registros (45%) o que motivou o ataque foi a separação ou o pedido de separação do casal. “Vivemos uma doença social, um ‘generocídio’ motivado por machismo e sentimento de posse”, afirma Valéria.
A pesquisa também chamou a atenção para o dano desse tipo de crime na família da vítima. Para cada quatro feminicídios, um deles atinge outra pessoa além da mulher – as vítimas secundárias, que presenciam o crime ou até mesmo são agredidos ao lado da mãe, por exemplo, no momento do ataque. Também há os que saem feridos na tentativa de defender a vítima principal.
Em outubro, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que um terço das mães vítimas de feminicídio deixa ao menos três filhos, segundo estudo da Universidade Federal do Ceará com 10 mil famílias vítimas de violência no Nordeste.
Ciclo de violência
A promotora ressaltou a necessidade de as mulheres tentarem quebrar o ciclo de violência e fazer denúncias. “Se opor a essa conduta pode significar evitar a morte. Toda mulher que sofre deve caminhar para a libertação dessa violência. Um passo por dia no sentido contrário”, disse, destacando a importância do registro de boletim de ocorrência e até mesmo de pedidos diretos à Justiça para medidas protetivas. Ela reconheceu, porém, que há dificuldades para atendimento adequado nas delegacias, mas disse que os servidores passam por treinamento para melhoria.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança mostraram que em 2016, dos 4.606 assassinatos de mulheres no País, 621 foram registrados na polícia como feminicídio. Dez Estados não forneceram dados específicos sobre esse tipo de crime.
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