Deputados da centro-esquerda europeia se reúnem para criticar Bolsonaro
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Deputados ligados à esquerda, à centro-esquerda e aos ecologistas europeus realizam nesta terça-feira, 15, um debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, dedicado às eleições no Brasil com foco nas propostas do candidato Jair Bolsonaro. O evento diz que há um “risco à democracia” caso o líder nas pesquisas vença as eleições 2018.
Entre os membros do Parlamento Europeu que apoiam e patrocinam a iniciativa estão os deputados portugueses Marisa Matias e Francisco Assis, os espanhóis Xabier Benito Ziluaga, Ramon Tremosa i Balcells e Ana Miranda, os italianos Roberto Gualtieri e Ignazio Corrao, e a britânica Julie Ward.
“Reunindo Membros do Parlamento Europeu de todo o espectro político, o evento tem um único objetivo: manifestar publicamente a firme oposição ao candidato à Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, cuja trajetória política e declarações públicas claramente se contrapõem aos princípios básicos do Estado de Direito”, declararam os deputados que convocaram o evento em um convite enviado aos demais parlamentares.
“Não apenas a democracia brasileira, mas também seus grupos minoritários e indígenas, estão em risco”, alertam. “Em questão de dias, o segundo turno das eleições presidenciais irá acontecer no Brasil, para qual um dos candidatos, Jair Bolsonaro, promove o enaltecimento da tortura e ditadura, além da discriminação das mulheres e do desdém pelos pobres, representando assim uma cultura do ódio”, disseram.
O grupo, que convoca deputados de outros partidos a se manifestarem, também irá circular um abaixo assinado “para expressar seu o comprometimento com a democracia e sua solidariedade com os direitos sociais do povo brasileiro”.
“Em um contexto marcado pela iminente ameaça da ocorrência de sérios retrocessos civilizacionais, o evento representa um manifesto pelo Estado de Direito, liberdade e igualdade ao buscar a derrota de Bolsonaro em defesa dos direitos e da democracia no Brasil”, diz o convite elaborado pelos deputados europeus aos demais membros do Parlamento.
Logo após o primeiro turno, Marisa Matias declarou que uma vitória de Bolsonaro seria um “retrocesso gigante para a democracia”.
O ex-jogador e atual comentarista Walter Casagrande Jr. rebateu o seu companheiro de Globo, Tiago Leifert. Em texto publicado na revista GQ nesta terça, 27, Casão defendeu que atletas se posicionem politicamente durantes eventos esportivos. Uma visão completamente contrária à exposta por Leifert, na mesma publicação, na última segunda-feira, 26.
Apesar de claramente contrariar o apresentador, o ex-atleta não o citou em nenhum momento em sua coluna. Casão mencionou que participou ativamente do movimento conhecido como “Democracia Corinthiana”, do qual era um dos líderes ao lado de Sócrates, no início da década de 80.
“Hoje, eu não poderia ter feito o que fiz? A manifestação do Corinthians em prol da democracia, assim como os Panteras Negras na Olimpíada de 1968, contribuíram para um mundo melhor”, escreveu Casagrande.
O comentarista, indiretamente, referiu-se ao deputado federal Jair Bolsonaro, que, provavelmente, concorrerá à Presidência nas eleições de outubro. Casão o criticou, sem citar seu nome, por ele apoiar a ditadura militar.
“Lamentar é a solução mais óbvia. Prefiro enfrentar com diálogo. Afinal, esta é a grande conquista da democracia. Foi por isso, para ter liberdade de pensar, falar, vestir-se como quiser, de ter o partido político que preferir e defender as bandeiras em que acreditar que lutamos durante 21 anos. Todas essas manifestações, desde que feitas dentro da lei, com respeito e valores, fazem parte de uma democracia madura”, pontuou Casagrande.
Então, o ex-jogador voltou a falar sobre esporte e política, defendendo que os dois assuntos se misturem. ‘Daí a importância do esporte como palco, sim, de discussões políticas. Por que os atletas deveriam se abster? A democracia dá o direito a donas de casa, cabeleireiros, taxistas, apresentadores de televisão e também a atletas profissionais de se manifestarem politicamente. Faz parte do jogo”, afirmou.
Para justificar sua opinião, Casão recordou o gesto dos americanos Tommie Smith e John Carlos, medalhistas na Olimpíada de 1968, na Cidade do México. Ao subirem no pódio, os velocistas ergueram os braços com os punhos cerrados, gesto característico de membros do Partido dos Panteras Negras, fundado em 1966, nos EUA.
“Mostraram o quão urgente era a discussão sobre o racismo”, avaliou o comentarista, que, também, citou o boxeador Muhammad Ali, morto em 2016. “[…] negou-se a combater no Vietnã justamente por saber o valor que a decisão de um ídolo do esporte teria em torno do debate da guerra[…]”.
Ao contrário de Leifert, Casão mostrou apoio aos atletas que se ajoelhavam durante a execução do hino americano em eventos esportivos, como jogos da NFL e da NBA. O ato era um prostesto contra a morte de negros em ações policiais. O comentarista ainda disse que quem é contra a manifestações de esportistas, possui “ideias reacionárias”.
“Quem proíbe o jogador de participar disso está, indiretamente, apoiando ideias reacionárias.E o caminho é inverso. Em um momento tão polarizado, extravasar isso é essencial. Só com o diálogo chegaremos a algum lugar. Espero que o esporte em geral continue exercendo sua função de servir de palco para ampliar as grandes discussões de um país, do mundo, para além da diversão. Viva a democracia”, finalizou.
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