Já instaurados na realidade do futebol brasileiro, os Fan Tokens chegaram ao Brasil gerando a expectativa tanto para os clubes como para os torcedores, de virar o rumo financeiro da agremiação. No entanto, cerca de um ano depois, a desvalorização natural do cripto ativo utilitário de cada clube em relação ao seu lançamento, atrelado a crise das Criptomoedas que atinge hoje todo o mercado, fez com que gigantes do Brasileirão fossem radicalmente afetados.
O derretimento da grande maioria das Criptomoedas junto a crise, afastou investidores e também aqueles que planejavam entrar nesse mundo de investimentos. Tendo isso em vista, certamente o mercado dos esportes também seria afetado, já que nos últimos meses, os cripto investimentos estiveram mais próximos do que nunca da prática que movimenta milhões.
A queda das moedas e o recuou de investidores mais antigos e também dos mais novos, fizeram com que Tokens de times como Santos, Flamengo e Corinthians por exemplo, valessem apenas um terço do que custavam em seu lançamento.
A perda de valor dos Fan Tokens dos gigantes brasileiros
Tendo um dos lançamentos mais meteóricos no Brasil em questão de valorização do Fan Token, o Santos hoje vê seu criptoativo que já custou 10 dólares (50 reais), bater 3 dólares (15 reais), ou seja, uma queda de 70%.
A situação do peixe ainda é boa comparada a clubes que estão a mais tempo investindo em Fan Tokens. Como o Flamengo, que só atrás do Atlético Mineiro, foi um dos pioneiros em trazer os Fan Tokens para o país do futebol.
A moeda do Rubro-negro, que foi a mais vendida do Brasil, gerando um lucro de mais de 100 milhões de reais para o clube, teve seu pico custando 3,56 dólares, aproximadamente 17 reais. No entanto, nos dias de hoje, custa apenas 0,24 cents, algo em torno de 1 real e 20 centavos.
Outro time de massa que passou por uma situação idêntica a do Flamengo, foi o Corinthians, que estreou sua moeda com um pico de 3,51 dólares e agora em julho vê seu preço de mercado em 0,32 cents (1,50 reais).
Algo que todas essas moedas tem em comum – com excessão a do Santos, que é produzida pela Binance – tirando a desvalorização, é a exchange que as produziu, a Socios.com.
A empresa foi a primeira a investir no Brasil e até hoje segue como a principal fonte de Fan Tokens em todo o mundo, patrocinando não apenas gigantes do futebol brasileiro, mas também, da Europa.
Paris Saint Germain, Manchester City e Juventus são apenas algumas das equipes no portfólio da empresa, que ainda por cima, tem como garoto propaganda Lionel Messi.
Procurada por esclarecimentos e dúvidas quanto ao futuro do Fan Token no cenário de quebra do mercado de criptoativos, a Socios.com cedeu entrevista ao blog ‘GE‘, afirmando que apesar do momento, a empresa continuará investindo no segmento que apresenta um crescimento apesar de todo o contexto.
“Fan Tokens são tokens de utilidade, seu valor está ligado às múltiplas oportunidades que eles oferecem para os torcedores se conectarem e se engajarem com seus times, não ao seu preço de mercado. E esse valor aumentou nos últimos meses, continuamos a adicionar novos benefícios, recompensas e experiências à nossa oferta, graças à colaboração inestimável de nossos mais de 150 parceiros, que compartilham nossa visão de longo prazo na utilização de Fan Tokens para melhorar a experiência de seus fãs. A Socios.com não é uma empresa de criptomoedas que usa esportes como plataforma para comercializar sua marca, mas uma plataforma de engajamento de fãs esportivos que usa a tecnologia blockchain para conectar equipes e marcas aos seus fãs. Essa é e continuará sendo nossa missão como empresa, independentemente da conjuntura”, relatou em comunicado a Socios.com.
O Fan Token da seleção brasileira
Apesar da Socios.com quem domina o mercado de clubes brasileiros na área de tokens utilitários, a CBF, principal organização de futebol do país, tem como patrocinadora oficial outra exchange, a turca, Bitci.
Lançada em setembro de 2021, a cripto da seleção nunca teve o mesmo apelo dos Fan Tokens de times do Brasileirão. Tanto que no lançamento o ativo valia em torno de 3 reais, tendo seu pico meses depois, onde bateu 6 reais cada. Porém, hoje, mais do que nunca a moeda se viu extremamente desvalorizada, sem chegar a 1 real de custo.
Também em comunicado ao blog ‘GE‘, a Bitci informou como opera no Brasil e diz ainda acreditar na operação.
“Iniciamos uma operação no Brasil desde março e acreditamos muito na força do futebol brasileiro e seus apaixonados torcedores. Estamos crescendo e apostando nesse mercado. Na Europa a Bitci atua com uma corretora. Aqui no Brasil, somos patrocinadores e responsáveis pela emissão de fan tokens e NFTs desses clubes em que somos patrocinadores: Curitiba, Ceará, Fortaleza, Sport e Vitória, e assumimos desde março de 2022 a CBF. O que desejamos oferecer ao mercado são diversas experiências para os torcedores. Isso com a vantagem comercial para o clube de ainda render financeiramente”, afirmou a Bitci.
O mercado apesar do ‘crash’ tem tudo para continuar crescendo. Especialistas apontam que o universo de investimentos na web3 é um caminho interessante no esporte a ser estudado, principalmente no futebol. No entanto, se dá o alerta de que esses são investimentos de alto riscos, e não dão a mesma segurança de outros ativos.