Crime também é comprar produtos oferecidos por fontes criminosas
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O comércio clandestino – tanto de produtos falsificados quanto roubados – movimentou, no ano passado, cerca de R$ 15 bilhões, somente no Estado de São Paulo. As informações, divulgadas em um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também indicam que, em 2015, o mesmo tipo de atividade ilícita movimentou R$ 13,2 bilhões. Comparando os números e períodos, houve um aumento de pouco mais de 15% neste tipo de mercado. O levantamento indica que São Paulo é o Estado que mais recebe produtos de origem ilegal. Destacam-se os segmentos de alimentos, bebidas, vestuário, eletrônicos e cigarros.
Não bastasse o elevado prejuízo aos cofres públicos, que deixam de receber tributos das mercadorias clandestinamente comercializadas, a população também paga um alto preço, pois, ainda segundo o estudo, caso o comércio ilegal não existisse, cerca de 90 mil vagas poderiam ter sido abertas no Estado, somente em 2016. Refletindo sobre o prejuízo provocado pela falta de investimentos que poderiam ter sido feitos, somente com R$ 400 milhões de impostos do setor de eletrônicos que não foram recolhidos, 167 escolas poderiam ter sido financiadas.
As altas cifras só são possíveis por conta do outro lado da moeda, que são os próprios consumidores. É fácil encontrar em qualquer esquina, por exemplo, um vendedor de itens falsificados. A aparente “inocência” do ato financia uma estrutura criminosa, que se esconde atrás das necessidades dos comerciantes informais, promovendo mais problemas do que soluções, de uma forma geral. Além disso, a qualidade dos produtos também pode colocar em risco a saúde e integridade dos consumidores que, caso se sintam prejudicados, não têm a quem recorrer.
Da mesma forma que a corrupção – que não é praticada somente por alguns políticos, mas em eventuais pequenos gestos cotidianos –, financiar o mercado clandestino também é um crime contra o crescimento do País e contra a melhoria da qualidade de vida da população.
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