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Por moradia, Sem Teto paralisam São Paulo
19/03/2015
10:19 AM
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Estadão Conteúdo
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Atualizado em 20/03/2015 10:19 am
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez protestos, na manhã de ontem, na Capital e na Grande São Paulo para pedir ao governo federal o lançamento imediato da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida. As manifestações foram pacíficas.
Segundo o MTST, o programa foi barrado por causa do ajuste fiscal promovido pelo governo. Para os sem-teto, o “Minha Casa, Minha Vida” deve priorizar a gestão direta pelos movimentos em detrimento das empreiteiras; a localização central e maior qualidade das moradias; e a garantia de ao menos 70% das moradias para famílias com renda inferior a 3 salários mínimos, mantendo o subsídio”.
O MTST afirma que foram ao menos nove bloqueios na Capital e na Grande São Paulo. Na Zona Sul de São Paulo, os manifestantes bloquearam a Avenida Guarapiranga e a Marginal Pinheiros (das 8h40 às 9h30). Cerca de 1,2 mil manifestantes partiram em caminhada pela Avenida Guarapiranga e pela Marginal do Pinheiros, segundo estimativa do movimento e de policiais que acompanhavam a marcha. Além de uma faixa pedindo intervenção “popular” no governo federal, os manifestantes levaram bonecos que simbolizavam os ministros Gilberto Kassab (Cidades), Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Cunha (presidente da Câmara). Os bonecos foram queimados quando os manifestantes passavam perto do acesso à estação Santo Amaro.
Ainda na Zona Sul, os manifestantes se concentraram na Avenida Teotônio Vilela (das 9h às 10h15); no cruzamento da Avenida Giovani Gronchi com a Estrada de Itapecerica (das 9h30 às 10h30) e na Rua Cassiano dos Santos.
Na Zona Leste, os manifestantes caminharam pela Avenida Aricanduva.
Grande São Paulo também foi muito atingida
Na Grande São Paulo, houve protesto em Cotia, a Rodovia Raposo Tavares chegou a ficar bloqueada nos dois sentidos entre 8h e 9h. Integrantes do movimento nas cidades de Carapicuíba e Osasco fizeram uma barreira e chegaram a colocar fogo em pneus e madeiras. Quando uma passagem foi aberta na barreira para a passagem de uma ambulância, um carro de passeio prata aproveitou para avançar e os manifestantes chegaram a bater no carro com as mãos e com bandeiras. Após o fim do período combinado com a PM para o bloqueio, os sem teto liberaram a via.
Em Taboão da Serra, o tráfego foi interrompido nos dois sentidos da Rodovia Régis Bittencourt (9h30 às 10h20). De Guarulhos, os sem teto se concentraram na Avenida Assis Ribeiro, em São Paulo. Nesse último ponto, eles aproveitaram para protestar contra reintegração de posse de terreno da região.
De acordo com os movimentos, o Brasil tem déficit habitacional de 7 milhões de moradias. Para o grupo, é necessário promover o controle social dos aluguéis mediante a mudança na lei federal nº 8.245/1991. “O aumento no valor dos aluguéis, impulsionado pela especulação, tem despejado de maneira silenciosa milhões de pessoas no Brasil”, dizem. Eles pedem tarifa zero nos transportes e combate à violência policial na periferia. Sobre a possibilidade da manifestação ser interpretada como uma ruptura do apoio ao governo federal, Jussara Basso, uma das lideranças do MTST, reiterou que o movimento é apartidário. “O MTST nunca foi um movimento partidário. Atua em São Paulo por causa da crise hídrica, contra o PSDB, seja no município de São Paulo onde o prefeito é do PT ou no governo federal, em que a presidente é do PT. Lutamos por habitação, educação, saúde. Trata de dizer a verdade”, afirmou a líder sindical.
Mais movimentos
Além do MTST, participaram do ato o MUST (Movimento Urbano Sem Teto de SJC/Pinheirinho); Brigadas Populares; Movimento Luta Socialista (MLS); Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB); Nós da Sul; Comitê Popular da Copa/RS; Movimento Luta Popular (MLP) e Movimento Popular por Moradia (MPM).