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Paulo Skaf, candidato a governador pelo PMDB
23/09/2014
7:53 PM
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Texto: Wellington Alves / Foto: Lucas Dantas
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Atualizado em 23/09/2014 7:53 pm
Ir para o segundo turno e acabar com a soberania do PSDB em São Paulo. Esses são os objetivos do candidato ao Governo do Estado Paulo Skaf (PMDB), que disputa o comando do Palácio dos Bandeirantes pela segunda vez. Ele aposta no plano de governo ousado e nas críticas à atual gestão para desbancar os tucanos.
Paulo Antonio Skaf tem 59 anos. É casado, tem cinco filhos e três netos. Para concorrer à eleição, ele se licenciou da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Foi presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem (SindTêxtil) e da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção (Abit).
Skaf disse que, se for governador, não vai faltar água nos próximos 30 anos. Ele fala ainda de duplicar a malha ferroviária em quatro anos, o que seria um salto para 150 km de linhas de metrô por intermédio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Ele também manteve a promessa, feita em 2010, de trazer para as escolas estaduais a mesma qualidade de ensino das unidades do Senai.
Metrô News – Qual o seu projeto político para o maior Estado do País?
Paulo Skaf – São Paulo tem uma agricultura de ponta, uma indústria de classe mundial, um quarto da população e um terço do PIB. É maior e mais forte do que muitos países. Deveria ter um protagonismo político e econômico enorme, mas não tem. Quero devolver esse protagonismo e garantir uma vida melhor para a população do meu Estado.
A crise de falta de água assola os paulistas desde o início do ano. O que o senhor pretende fazer de concreto nos próximos quatro anos para evitar uma nova situação como essa?
Vou fazer os investimentos em obras que deveriam ter sido feitos há dez anos. Os projetos já existem, foram amplamente discutidos, mas ninguém fez nada. Vou tirar isso do papel e garantir que não vamos ter mais falta de água pelos próximos 30 anos.
O Metrô de São Paulo possui malha ferroviária quase três vezes menor do que a da Cidade do México. Como expandir isso diante do alto custo necessário?
Expandir o metrô é uma urgência. As pessoas não suportam mais passar tantas horas do dia no trânsito. Mas o metrô também tem vários projetos que não saem do papel. Temos que executá-los. Eu pretendo dobrar a malha em quatro anos. Vou fazer isso com o uso de PPPs, que é uma forma eficiente e que onera menos o Tesouro.
O Rio de Janeiro receberá em 2016 os Jogos Olímpicos. Como São Paulo pode contribuir com o evento?
São Paulo tem uma ampla infraestrutura hoteleira e de comunicações e pode tranquilamente receber os turistas que queiram conhecer a cidade como parte de sua viagem ao País e outras pessoas envolvidas no evento. Também pode ser uma alternativa de hospedagem caso o Rio de Janeiro esteja muito lotado ou muito caro.
Quais serão suas ações para reduzir o déficit habitacional de mais de 700 mil famílias na Região Metropolitana de São Paulo?
Temos vários programas habitacionais no País, mas eles não estão funcionando a contento na Região Metropolitana de São Paulo, principalmente por causa do alto preço dos terrenos. Vou aumentar a participação do governo nesses programas e usar a CDHU para comprar terrenos e viabilizar os empreendimentos.
A crise financeira da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, e do Hospital Stella Maris, em Guarulhos, preocupa os paulistas. É possível melhorar a saúde no Estado?
É possível sim e vamos fazer. Para os filantrópicos, vou zerar o ICMS das compras de insumos e montar uma equação financeira para solução das dívidas. Para o restante da saúde, é preciso uma grande organização da gestão das atuais estruturas e a abertura de novos hospitais e Ames onde for necessário.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), de 2013, revelaram que o ensino na rede estadual tem resultado inferior à média nacional. De que forma o senhor pretende mudar essa realidade?
É preciso dar educação de qualidade para a população. É isso que eu farei. Presidi o Sesi por dez anos, e vou levar para a rede estadual essa experiência de ensino em tempo integral e de ensino médio articulado com o técnico. Quero dar a todos os jovens de São Paulo as mesmas oportunidades que os alunos do Sesi-Senai.
O senhor irá enfrentar o crime organizado?
É um absurdo imaginar que exista governador que não enfrente. No meu governo, não teremos tolerância com nenhum crime, muito menos com o crime organizado. Vamos enfrentá-lo com firmeza, inteligência, investigação e repressão, sempre no rigor da lei.
O que fará para reduzir a superlotação das penitenciárias?
Em 2007, foi feito um plano de construção de 49 presídios e nem a metade dele foi posto em prática até agora. Vamos concluir esse plano e construir outras unidades para acabar com o déficit de 80 mil vagas no sistema prisional. Vamos usar principalmente o mecanismo das PPPs.
O bilhete integrado entre prefeituras, CPTM, Metrô e EMTU será implantado no seu governo?
No primeiro momento, o meu compromisso é com o passe livre para os estudantes da rede pública. Esta é a grande prioridade. Num segundo momento, vamos estudar o bilhete integrado regional.