O cumprimento de uma tarefa profissional levou um operador de esteira de encontro à morte. Isso porque, após barrar duas bagagens suspeitas no Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado em Guarulhos, na Região Metropolitana, Arisson Moreira Júnior, no dia 9 de janeiro de 2020, ele morreu quatro dias depois, com marcas de fuzilamento.
A suspeita, na verdade, estava certa. Dentro das malas, entregues pelo aeroportuário à Polícia Federal (PF), havia 60 quilos de cocaína, que seriam enviadas para a Europa. No valor total, o Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pelo esquema de tráfico de drogas, embolsaria cerca de R$ 30 milhões.
Arisson, além de cumprir com seu papel, demonstrou honestidade, uma vez que a facção paga um valor correspondente a um ano de salário por bagagem para funcionários que contribuem com os despachos ilegais, de acordo com informações divulgadas pelo portal Metrópoles.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) indica que o operador atuava na esteira de embarque do Terminal 2, de voos nacionais (domésticos), quando avistou duas malas com destino a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No entanto, elas estavam com etiquetas de um voo internacional.
Suspeito indignado
Ainda conforme a publicação, após retirar as bagagens da esteira, o aeroportuário foi questionado por Márcio Roberto Pires, de 56 anos. O suspeito afirmou que levaria as duas malas para a conexão internacional.
Ainda assim, Arisson negou, indicando que o “membro de associação criminosa”, segundo o MPSP, que, na ocasião, “ficou imcubido de retirar da esteira a bagagem contendo a droga” não estava na escala de trabalho naquele dia.
Nesse momento, Márcio mostrou fotos das malas separadas, imagens que seriam enviadas por comparsas que despacham ilegalmente as bagagens no balcão de check-in, para que sejam identificadas na área restrita do aeroporto. Mesmo assim, Arisson recusou entregar o par de malas, quando Márcio tentou arrancar as bagagens à força.