Responsável pelo Ministério da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, contestou, no último domingo (24), a declaração de Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ministro da Defesa, as Forças Armadas estão com orientações de atacar o processo eleitoral do Brasil em tentativa de “desacreditá-lo”.
Além disso, Nogueira destacou que a iniciativa teve tom “irresponsável” e de teor “grave”, além de implicar no processo de questões como “a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”.
Por meio de nota, ele ainda pontuou que o Ministério da Defesa não aceita criações de insinuações sem fundamentos.
“O Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro”, acrescentou.
No domingo, Barroso compareceu ao Brazil Summit Europe, evento organizado por alunos da universidade alemã Hertie School.
Em um comunicado, o ministro do STF reforçou que é necessário estar com máxima atenção à politização das Forças Armadas e fez comparação a um episódio com “intenção intimidatória”, em agosto de 2021.
Na ocasião, houve o desfile de tanques e blindados na Esplanada dos Ministérios na mesma data em que o plenário da Câmara dos Deputados votava contra a proposta de adoção de voto impresso auditável.
“Eu que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura. Nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi as Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça”, disse Barroso.
