O que querem os policiais militares dos novos governantes
O que querem os policiais militares dos novos governantes
Coronel Elias Miler da Silva
Presidente da DEFENDA PM – Associação dos Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar
A campanha eleitoral que vai definir os novos governantes da República, na Federação e nos Estados vai chegando ao fim tendo como tema principal a Segurança Pública. Apesar do triste e alarmante número de 64.000 homicídios praticados no País, todo ano, fato é que várias candidaturas estaduais pegam carona no discurso do candidato a Presidente da República sem explicitamente endossar ideias de redução de maioridade penal, desarmamento, progressão de pena etc. Nos discursos estaduais imperam o melhor armamento da Polícia Militar, a construção de mais presídios e, como se isso fosse possível, carta branca para matar.
Na atual campanha, nada melhor do que pegar carona na onda da segurança para amealhar votos; e as polícias militares, como não poderia ser diferente, são tratadas no tema. Afinal de contas, é a PM principal das forças de segurança para o dia a dia do cidadão, linha de frente no combate à criminalidade e a principal garantidora dos direitos de cada um: da governabilidade e da própria Democracia. Em passado recente, em alguns estados, greves de policiais militares resultaram em caos para milhares de cidadãos que ficaram à mercê de criminosos. No Rio de Janeiro, a simples presença de tropas do Exército não baixa os índices criminais, apesar do louvável esforço de comandantes e comandados.
Todo dia ouvimos dos candidatos aos governos estaduais promessas de mais polícia nas ruas, policiais com armamento de última geração, viaturas iguais às de países de primeiro mundo, mudança na localização de bases operacionais, aumento do efetivo, inovações nas secretarias de Segurança Pública. Aqui e ali, muito esparsamente, vemos compromissos que afetam a vida do policial militar, de seus familiares, esposa/esposo e filhos. Quantos por aí falam abertamente em remunerar melhor a força de segurança estadual? Quantos reconhecem o valor da Polícia Militar? Quantos dão a devida atenção a esses homens e mulheres que já saem das escolas de formação determinados a morrer, se preciso for, para proteger a sociedade e seus governantes?
Os policiais militares do Brasil esperam que os novos governantes, no mesmo projeto de “modernização” da Força, contemplem também, pela ordem, melhores salários, melhores condições de trabalho, manutenção de direitos e prerrogativas compensatórios dos deveres e responsabilidades – que não podem e não devem ser confundidos com privilégios –, reconhecimento e valorização. São esses itens que mantêm trabalhadores motivados e dispostos a arregaçar as mangas em busca de melhores resultados para quem lhes paga.
Os policiais militares de todo o Brasil continuarão determinados a bem cumprir sua missão; afinal, são vocacionados para isso. Para o bem da sociedade, porém, convém ao governante que assumir em 1º de janeiro do ano que vem atentar para esse alerta! Policial valorizado, povo protegido!
INFORME PUBLICITÁRIO
Wesley Batista deixa carceragem da PF em São Paulo
Por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o irmão de Joesley Batista ficará com tornozeleira eletrônica e poderá responder de casa ao processo em que é acusado de cometer “insider trading”, que é o uso de informação privilegiada para lucrar no mercado financeiro.
A decisão do STJ também alcança Joesley que, no entanto, seguirá preso. Contra o empresário há outro pedido de prisão preventiva – este autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter supostamente omitido informações de sua delação.
A decisão da Sexta Turma STJ foi apertada, com 3 votos a favor 2 contra a saída dos irmãos da cadeia. Ao final, ficou decidido que, no lugar da prisão, serão aplicadas outras medidas cautelares, como o comparecimento periódico em juízo, a proibição de sair do País e de operar no mercado.
PF deflagra Operação Integração, etapa da Lava Jato, e prende dois em SP
A Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Lava Jato nesta quinta-feira, 22, a primeira em 2018. A 48ª etapa, Operação Integração, mira corrupção em concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do “Anel da Integração”. A ação tem o apoio de servidores da Receita Federal e membros do Ministério Público Federal.
A Integração cumpre 50 mandados de busca e apreensão, além de sete de prisão temporária nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Dois suspeitos já foram presos na capital paulista.
Em nota, a PF informou que detectou, nas investigações da Lava Jato, o uso de estruturas de lavagem de dinheiro para operacionalizar recursos ilícitos pagos a agentes públicos, principalmente por meio dos operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran (ambos investigados na operação).
Uma das concessionárias usou os serviços de Assad e Tacla Duran para operacionalizar, ocultar e dissimular valores oriundos de atos de corrupção. Dentre os serviços prestados por estes operadores está a viabilização do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, DER/PR – Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná e Casa Civil do Governo do Estado do Paraná
A ação tem por objeto a apuração, dentre outros, dos crimes de corrupção, fraude a licitações e lavagem de ativos.
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