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25/04/2007
Alimentar bem as crianças é desafio para os pais


Dieta balanceada está sendo substituída por salgadinhos, biscoitos e doces



Oldair de Oliveira

Um dos grandes desafios dos pais de hoje é oferecer uma boa alimentação para os filhos. Muitos deles até sabem o que é e o que não é bom para a idade, mas finalmente esbarram na resistência dos pequenos que teimam em não aceitar a dieta que querem lhe impor.

Como resolver esse impasse? Com a palavra, Maria Paula de Albuquerque, pediatra nutróloga do Hospital São Camilo, unidade Pompéia. “Não existe receita de bolo”, ressalta a especialista. “Em regra, educar é muito difícil. Mas, a primeira coisa, é saber que quem deve escolher o tipo de alimentação são os pais ou o responsável e não a criança. Eles devem também receber o respaldo de um profissional, no sentido de orientar a escolha do melhor cardápio. Essa ajuda é importante, para que saibam que estão agindo corretamente”, enfatiza Maria Paula.

Mas, esse é o cenário perfeito. No geral, esse embate entre pai e filho é vencido pela criança, que é também, ao mesmo tempo, quem mais perde por se alimentar mal. “As crianças estão se alimentando mal e os culpados são os pais. Existe uma oferta muito grande de salgadinhos, biscoitos e doces em qualquer faixa de renda. Alguns pais dizem que não têm dinheiro para comprar verduras e frutas, mas têm para comprar salgadinhos”, questiona Cristiane Cochi, endocrinologista pediátrica da Santa Casa de São Paulo.

Para aqueles que desejam educar seus filhos a se alimentar bem, vale se atentar a algumas dicas dadas por Maria Paula. A primeira delas é que o uso de violência ou castigo físico deve ser abolido do cardápio. A chantagem, do tipo “coma isso que eu te dou um docinho ou te levo para passear”, também é contra-indicada. “As crianças que, desde cedo, se alimentam com a família reunida, com a tevê desligada, em horários certos e sem pular refeição criam bons hábitos alimentares”, afirma a pediatra.

Outra dica da médica é trabalhar com as cores para estimular a vontade das crianças. “O prato colorido estimula visualmente. O ato de se alimentar envolve vários sentidos. Usa-se o olfato, a audição, o paladar. Em um ambiente barulhento, por exemplo, a pessoa fica mal”, afirma Maria Paula. Segundo ela, algumas cores, como vermelho e amarelo, são quentes, atiçando o apetite. Já cores mais escuras, como as amarronzadas, vão na direção contrária. “O que é interessante é trabalhar o colorido do prato. Não é para fazer um prato só vermelho ou amarelo”, orienta a médica.


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