Oldair de Oliveira
Hoje é comemorado o Dia Internacional do Parkinsoniano. A data é uma oportunidade para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e as formas de tratamento de uma doença que já atinge 250 mil brasileiros, principalmente aqueles com mais de 65 anos. A escolha deste dia é um referência ao aniversário de nascimento do médico inglês James Parkinson (1775-1824), quem primeiro descreveu o problema, em 1817.
A doença de Parkinson é um mal neurológico degenerativo que afeta o sistema nervoso central e acarreta a limitação dos movimentos, tremores, principalmente nas mãos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita. O médico João Carlos Papaterra Limongi, doutor em neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o número de diagnóstico deve crescer ainda mais, tendo como base que a expectativa de vida da população brasileira é cada vez maior.
“A doença de Parkinson é mais freqüente em pessoas idosas. À medida que há um envelhecimento da população, automaticamente, maior será o número daquelas que desenvolverão o problema”, explica Limongi, que é autor do livro “Conhecendo Melhor a Doença de Parkinson”, lançado pela Plexus Editora. Segundo ele, 1% da população mundial com mais de 65 anos é vítima desse mal.
Apesar dos avanços no campo da medicina, a doença continua sem cura definitiva e suas causas ainda são uma incógnita. O que se sabe é que, em alguns casos, há uma predisposição genética. Mas isso ainda é pouco de um problema milenar e que traz grande impacto à vida do paciente e de seus familiares. O sintoma mais marcante da doença é o tremor. Pode ser a mão ou o braço, de um ou dos dois lados. Geralmente, o tremor diminui quando se usa a parte afetada e desaparece durante o sono. Outras alterações são rigidez (ou tensão muscular), bradicinésia (movimentos lentos), problemas de equilíbrio (que podem levar a quedas), além de dificuldade na fala, deglutição (ato de engolir), escrita e constipação. Por outro lado, geralmente, não há impacto sobre a memória e o raciocínio.
“Parkinson é uma doença universal. Apesar de apresentar uma leve predominância sobre o sexo masculino, não existe nenhuma raça que escape a ela, embora seja um pouco mais freqüente entre os caucasianos (brancos)”, afirma Limongi. Segundo ele, com o avanço no tratamento da doença, a expectativa de vida de um parkinsoniano é praticamente igual a de uma pessoa que não seja vítima da doença. “Nas décadas anteriores, a incapacidade motora e a morte chegavam mais cedo para o paciente com Parkinson. Atualmente, ele consegue se manter ativo durante quase toda a sua vida”, ressalta o neurologista.