Professores encerram paralisação na USP
Estado pensa em tirar estudantes da reitoria
Os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram ontem encerrar a greve que haviam começado no último dia 23. O fim da paralisação pode enfraquecer o movimento dos alunos, que estão parados desde o dia 16 e tomaram a reitoria da instituição há 41 dias. A assembléia que aprovou a suspensão da paralisação dos docentes foi marcada por tumulto envolvendo estudantes contrários à decisão.
Ontem, em entrevista coletiva, o secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, disse que o governo prepara uma nova ofensiva para resolver o impasse da ocupação da reitoria da USP. De acordo com o secretário, é um engano achar que qualquer pessoa no País tem imunidade para praticar algum crime e a situação ficará por isso mesmo. “Não é porque é movimento estudantil que está isento de cumprir a lei”, advertiu. O secretário também afirmou que o governo estuda o uso da força para desocupar o prédio. “O Estado é quem tem o monopólio do uso da força num regime democrático e deve fazê-lo dentro desses limites. Está ficando claro que, não havendo outra solução, isto acontecerá.”
Segundo ele, o governo tem feito de tudo para resolver a situação pacificamente, mas “está evidente de que se trata do seqüestro da reitoria por grupos minoritários”. “Tudo isso tem um limite”, completou.
O governador José Serra (PSDB) também se pronunciou ontem sobre o assunto. Para ele, a sociedade já percebeu que se trata de um “movimento sem nenhum propósito com relação ao ensino”.
|