A água foi o assunto da semana, já que, na última quinta-feira, dia 22, se comemorou o Dia Mundial das Águas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993. Nem é preciso destacar a importância da água em nosso planeta, porque foi ela que deu origem à vida e garante nossa existência. No entanto, a conscientização sobre utilizarmos da maneira mais econômica esse líquido tão precioso não surte muito efeito na maior parte das populações das grandes cidades, principalmente no Brasil, onde, por enquanto, é um País privilegiado por ter em seu território 2/3 do Aqüífero Guarani.
Trata-se do maior manancial de água doce subterrânea do mundo, que se estende pelos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A previsão de que em 2050, 2 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez de água já serve de alerta para que economizemos, da maneira mais racional possível, nossa água. Vale lembrar ainda que a ocupação irregular de áreas de mananciais pode pôr a perder todo esse nosso patrimônio, caso seja contaminado pelo homem.
Mas, voltemos ao presente. É comum vermos donas-de-casa lavando quintais e as calçadas de suas casas, utilizando mangueiras, que, muitas vezes, servem de vassoura, porque é com a água que elas tiram os resíduos de árvores ou outro tipo de sujeira – antes da proibição, homens lavavam seus carros também nessas mesmas calçadas – e que, momentos depois, já estão sujas novamente, em função do grande número de pessoas que passam. Ora, então, lavar calçadas é duplo desperdício: de água e de tempo. Não seria melhor utilizar a água da máquina de lavar roupa, quando a limpeza é necessária?
Por isso, fica aqui um desafio: assim como comemoramos a perda de alguns quilinhos, façamos também alguns “sacrifícios” para deixarmos para nossas futuras gerações um legado inestimável: a água que garante a vida. É só reduzir o tempo do banho, fechar a torneira, enquanto ensaboamos as louças, e utilizarmos as águas das máquinas de lavar roupa e de louças para outros tipos de limpeza. Checar vazamentos também deve ser feito de tempos em tempos, tudo para que possamos, por muitos mais anos que o previsto, comemorarmos com orgulho o Dia Mundial das Águas, em março, que fecha o verão, como já dizia o poeta.
É isso aí.
“Roseli Thomeu é jornalista e
ex-deputada estadual (1990/1994).