Na coletiva de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responsabilizou parte da crise aérea que atinge o País ao que chamou de “falta de planejamento histórico” no setor aéreo brasileiro. Segundo o presidente, ainda é cedo para apontar culpados para a crise ou para o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, no ano passado. Mas reconheceu que, diante do sucateamento do setor nos últimos anos, a crise acabou ganhando força.
“Estamos sendo vítimas da falta de planejamento histórico deste País. E agora temos de recuperar. Se algum aeroporto ou a Infraero gastou dinheiro a mais em publicidade, tem de se investigar. No mais, vamos continuar trabalhando nos aeroportos brasileiros porque eles precisam que a gente continue trabalhando”, disse.
Violência – O presidente disse também que o governo federal não é o maior responsável pela crise de segurança pública vivida atualmente no País. Segundo Lula, os estados têm a prerrogativa de desenvolver ações de combate à criminalidade. “Na questão da segurança pública, o governo federal não é o foco principal. Somos a força auxiliar do sistema de segurança pública que é majoritariamente controlado pelo governos estaduais. Às vezes, temos de pedir autorização aos estados para a Polícia Federal entrar. O governo federal só entra quando é pedido”, disse.
Bolívia – Lula afirmou que vê com tranqüilidade a decisão do governo da Bolívia de comprar as refinarias da Petrobras. Segundo ele, a decisão da Bolívia de “se tornar dona de seu gás” foi uma opção da sociedade por meio de plebiscito e não do presidente Evo Morales. No entanto, Lula destacou que exigirá o cumprimento dos contratos. “A riqueza é deles. Eles vendem para a gente se quiserem, mas quero que quando tiver contrato, tem de cumprir”, afirmou.