Haddad defende solução democrática para Venezuela e critica EUA
Politica
O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, atacou o que ele chamou de tentativa dos Estados Unidos de influenciar a América do Sul. A fala de Haddad veio após questionamento, em entrevista à Rádio Capital, nesta segunda-feira, 15, sobre os desafios de governos vizinhos, como a Venezuela.
“Você não tem dúvida que nossa preocupação com nossos vizinhos tem de ser permanente. Não podemos correr o risco de declarar guerra à Venezuela ou permitir a instalação de uma Base dos Estados Unidos no Brasil”, afirmou Haddad, em referência a uma negociação entre os governos brasileiro e dos EUA para utilizar a Base de Lançamento de Alcântara, da Força Aérea Brasileira, no Maranhão.
Na sua resposta, o candidato do PT fez referência aos conflitos permanentes no Oriente Médio, que decorreriam das brigas pelo petróleo. “Não podemos permitir que os americanos se metam na América do Sul. Se a Venezuela está com problemas, não é a guerra a solução. Temos de chamar a ONU. Chegar na Venezuela com uma solução democrática. Sou contra o militarismo”, disse Haddad.
Reformas
O candidato do PT reforçou suas críticas à reforma trabalhista, aprovada pelo governo de Michel Temer, que seria responsável por “prejuízos enormes”. “Bolsonaro votou a favor dela”, alfinetou Haddad. “Nós não vamos ser País forte com trabalhador fraco. País forte tem de contar com trabalhador com renda”, disse o petista.
A pauta da Previdência, entretanto, ganhou o apoio de Haddad. “Os chamados regimes públicos precisam ser reestruturados”, disse, apontando o desafio de Estados como Minas e Rio em arcar com sua folha de pagamento. “Agora nossa meta final é ter regime único de Previdência. Porque é o justo”.
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O ex-jogador e atual comentarista Walter Casagrande Jr. rebateu o seu companheiro de Globo, Tiago Leifert. Em texto publicado na revista GQ nesta terça, 27, Casão defendeu que atletas se posicionem politicamente durantes eventos esportivos. Uma visão completamente contrária à exposta por Leifert, na mesma publicação, na última segunda-feira, 26.
Apesar de claramente contrariar o apresentador, o ex-atleta não o citou em nenhum momento em sua coluna. Casão mencionou que participou ativamente do movimento conhecido como “Democracia Corinthiana”, do qual era um dos líderes ao lado de Sócrates, no início da década de 80.
“Hoje, eu não poderia ter feito o que fiz? A manifestação do Corinthians em prol da democracia, assim como os Panteras Negras na Olimpíada de 1968, contribuíram para um mundo melhor”, escreveu Casagrande.
O comentarista, indiretamente, referiu-se ao deputado federal Jair Bolsonaro, que, provavelmente, concorrerá à Presidência nas eleições de outubro. Casão o criticou, sem citar seu nome, por ele apoiar a ditadura militar.
“Lamentar é a solução mais óbvia. Prefiro enfrentar com diálogo. Afinal, esta é a grande conquista da democracia. Foi por isso, para ter liberdade de pensar, falar, vestir-se como quiser, de ter o partido político que preferir e defender as bandeiras em que acreditar que lutamos durante 21 anos. Todas essas manifestações, desde que feitas dentro da lei, com respeito e valores, fazem parte de uma democracia madura”, pontuou Casagrande.
Então, o ex-jogador voltou a falar sobre esporte e política, defendendo que os dois assuntos se misturem. ‘Daí a importância do esporte como palco, sim, de discussões políticas. Por que os atletas deveriam se abster? A democracia dá o direito a donas de casa, cabeleireiros, taxistas, apresentadores de televisão e também a atletas profissionais de se manifestarem politicamente. Faz parte do jogo”, afirmou.
Para justificar sua opinião, Casão recordou o gesto dos americanos Tommie Smith e John Carlos, medalhistas na Olimpíada de 1968, na Cidade do México. Ao subirem no pódio, os velocistas ergueram os braços com os punhos cerrados, gesto característico de membros do Partido dos Panteras Negras, fundado em 1966, nos EUA.
“Mostraram o quão urgente era a discussão sobre o racismo”, avaliou o comentarista, que, também, citou o boxeador Muhammad Ali, morto em 2016. “[…] negou-se a combater no Vietnã justamente por saber o valor que a decisão de um ídolo do esporte teria em torno do debate da guerra[…]”.
Ao contrário de Leifert, Casão mostrou apoio aos atletas que se ajoelhavam durante a execução do hino americano em eventos esportivos, como jogos da NFL e da NBA. O ato era um prostesto contra a morte de negros em ações policiais. O comentarista ainda disse que quem é contra a manifestações de esportistas, possui “ideias reacionárias”.
“Quem proíbe o jogador de participar disso está, indiretamente, apoiando ideias reacionárias.E o caminho é inverso. Em um momento tão polarizado, extravasar isso é essencial. Só com o diálogo chegaremos a algum lugar. Espero que o esporte em geral continue exercendo sua função de servir de palco para ampliar as grandes discussões de um país, do mundo, para além da diversão. Viva a democracia”, finalizou.
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