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Além de superpoderes, Maduro precisa ter mais credibilidade



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Além de superpoderes, Maduro precisa ter mais credibilidade


17/03/2015
9:59 AM
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Editorial
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Atualizado em 17/03/2015 9:59 am

Usando a velha e surrada desculpa de que precisa governar rapidamente para conter a ameaça representada pelos interesses dos Estados Unidos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conseguiu aquilo que tanto almejava: ganhou dos congressistas poderes para governar até o final de 2015 através de decretos, sem dar satisfação aos parlamentares.

Mesmo deixando de lado o absurdo que é, num país que se diz democrático, o Legislativo anular seus próprios poderes, o fato é que Maduro agora vai poder dar as cartas e jogar de mão. Uma posição confortável, que ele perseguia há mais de 60 dias. E conseguiu com a anuência de um Congresso submisso e fragilizado demais.

Apesar do pedido original do herdeiro político de Hugo Chávez ser para governar por apenas seis meses, a bancada governista modificou o projeto e fez ainda mais para o presidente: prolongou a validade dos seus poderes até o dia 31 de dezembro de 2015.

Maduro já havia recebido estes mesmos poderes especiais, através do mecanismo constitucional conhecido como Lei Habilitante, no final de novembro de 2013, pelo período de um ano. Agora, apesar de na época não ter apresentado muitos frutos a tal da Lei Habilitante, o chefe máximo da Venezuela recebe um período de renovação.

O fato mais representativo, no entanto, é que parece que o governo de Nicolás está caindo mesmo de maduro. Suas medidas populistas já não atendem mais os interesses de uma população que sofre com o desemprego e, principalmente, com o desabastecimento de gêneros de primeira necessidade.

Qualquer classe social pode aguentar muitas coisas, por um longo período, mas é difícil aguentar não ter o que empurrar goela abaixo. Falta comida na Venezuela. O governo populista de Maduro está cada vez mais isolado. E não serão os poderes, próprios de um super-herói, que modificarão as coisas para o presidente. É preciso algo mais: credibilidade.


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